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Vendas caem de novo, e Brasil tem menor arrecadação com janela em 5 anos
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Montar um orçamento anual com previsão de faturamento de milhões e mais milhões com venda de jogadores para outros clubes tem sido uma estratégia cada vez mais arriscada (ou mesmo irresponsável) para as equipes do futebol brasileiro.
Pela segunda temporada consecutiva, caiu a arrecadação dos participantes da primeira divisão nacional com venda de atletas durante a janela de transferências do meio do ano, aquela em que os times internacionais mais gastam e, consequentemente, quando são fechados os maiores negócios.
Juntos, os 20 clubes que disputam a Série A receberam 121,1 milhões de euros (R$ 626,8 milhões) pela venda de direitos econômicos e empréstimos de jogadores entre os meses de junho e agosto, o menor valor para o período nos últimos cinco anos.
Ainda que arrecadação não tenha sido muito diferente da alcançada na temporada passada (121,3 milhões de euros, ou R$ 627,7 milhões), já houve edições do Mercado da Bola muito mais lucrativas que a recém-encerrada.
Dois anos atrás, o lucro foi de 141,9 milhões de euros (R$ 875,4 milhões, na cotação atual). Em 2018, chegou à casa de 228,5 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão). E em 2013, quando Neymar foi negociado pelo Santos com o Barcelona, bateu o recorde de 229,5 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão).
Algumas pessoas até podem argumentar que essa retração nas vendas seria um indício do fortalecimento econômico do futebol brasileiro, que já não precisaria fazer tantos negócios com o exterior para "fechar no azul".
Mas não é bem isso que o comportamento dos nossos clubes na última janela de transferências mostra. Poucas foram as propostas minimamente interessantes que acabaram sendo recusadas. Mais que isso. Até mesmo transações pouco atrativas foram concretizadas.
O Grêmio, por exemplo, negociou o meia Matheus Henrique, já convocado para a seleção principal, para o Sassuolo, mas só receberá o pagamento pela transferência daqui a 10 meses. Já o Corinthians emprestou gratuitamente o meia-atacante Mateus Vital para o Panathinaikos, da Grécia.
Os verdadeiros motivos para a diminuição da receita dos clubes da elite brasileira com venda de jogadores são outros: uma certa desvalorização do atleta por aqui produzido no cenário internacional e, principalmente, a retração global do Mercado da Bola desde o começo da pandemia da covid-19.
Prova disso é que a venda do ex-flamenguista Gerson para o Olympique de Marselha por 25 milhões de euros (R$ 154,2 milhões), a maior feita por um clube brasileiro em 2021, ficou na 25ª colocação no ranking mundial da janela. Duas temporadas atrás, com esse mesmo valor, ela não aparecia nem no top 50.
Maiores vendas do Brasil nesta janela
1 - Gerson (Flamengo para Olympique de Marselha) - 25 milhões de euros
2 - Pepê (Grêmio para Porto) - 15 milhões de euros
3 - Matías Viña (Palmeiras para Roma) - 13 milhões de euros
4 - Claudinho (Red Bull Bragantino para Zenit) - 12 milhões de euros
5 - Rodrigo Muniz (Flamengo para Fulham) - 8 milhões de euros
6 - Vitinho (Athlético-PR para Dínamo de Kiev) - 6 milhões de euros
7 - Metinho (Fluminense para Troyes) - 5 milhões de euros
Ruan (Grêmio para Sassuolo) - 5 milhões de euros
9 - Luan Peres (Santos para Olympique de Marselha) - 4,5 milhões de euros
Marrony (Atlético-MG para Midtjylland) - 4,5 milhões de euros
Vendas do Brasil nas janelas de meio de ano
2021 - 121,1 milhões de euros
2020 - 121,3 milhões de euros
2019 - 141,9 milhões de euros
2018 - 228,5 milhões de euros
2017 - 127,9 milhões de euros
2016 - 120,1 milhões de euros
2015 - 97,9 milhões de euros
2014 - 68 milhões de euros
2013 - 229,5 milhões de euros
2012 - 131,1 milhões de euros
2011 - 76,4 milhões de euros
2010 - 75,7 milhões de euros
Fonte: Transfermarkt
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