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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Em turnê de despedida, Gallardo caminha para "título que falta" no River

Marcelo Gallardo comanda o River Plate desde 2014 - Amilcar Orfali/Getty Images
Marcelo Gallardo comanda o River Plate desde 2014 Imagem: Amilcar Orfali/Getty Images

31/10/2021 04h00

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No comando do River Plate desde 2014, Marcelo Gallardo é o treinador mais vitorioso da história do clube. Ao longo desses últimos sete anos, seu time conquistou 12 títulos: duas Libertadores, uma Copa Sul-Americana, três Recopas Sul-Americanas, uma Copa Suruga, três Copas da Argentina e duas Supercopas da Argentina.

Peraí, você notou que existe um importante buraco no currículo do técnico que se transformou em sinônimo de sucesso no futebol sul-americano ao longo da última década?

"El Muñeco" (O Boneco, em tradução livre para o português) fez do River o time mais temido do continente, mas ainda não levantou, pelo menos não desde que se tornou treinador, o troféu do Campeonato Argentino.

Só que, justamente na temporada em que prometeu se despedir dos Millonarios, Gallardo está prestes a corrigir essa "falha".

O River lidera com uma certa tranquilidade o Campeonato Argentino. Mesmo com um jogo a menos que seus principais adversários (que será pago hoje, contra o Estudiantes, fora de casa), tem seis pontos de vantagem para o Talleres, que ocupa a segunda colocação.

Faltando apenas seis rodadas para o fim da competição, defende ainda uma invencibilidade de 13 partidas e uma sequência de oito vitórias consecutivas (que inclui triunfos sobre seu arquirrival, Boca Juniors, e no confronto direto contra o vice-líder). Ou seja, está "voando".

Mas nem uma possível e inédita conquista de título argentino deve ser suficiente para alterar o planejamento de Gallardo e convencê-lo a permanecer no River depois da virada do ano.

O treinador de 45 anos tem contrato até dezembro e não tem falado abertamente sobre seus planos depois dessa data. No entanto, é quase consenso na imprensa argentina que ele buscará um novo rumo para a carreira em 2022.

Segundo o site argentino "BolaVIP", a última cartada do River para tentar convencer Gallardo a assinar um novo vínculo é lhe oferecer um substancial aumento no salário de US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões) que recebe mensalmente e um orçamento de US$ 13 milhões (R$ 73,4 milhões) para gastar na reconstrução do elenco na próxima janela de transferências.

Só que os próprios cartolas têm noção de que essa oferta não deve ser suficiente para assegurar a permanência do "Muñeco" e que o futuro do treinador provavelmente será o futebol europeu.

Gallardo chegou a ser especulado para assumir o comando do Barcelona depois da demissão do holandês Ronald Koeman, na semana passada. No entanto, o desejo de cumprir seu contrato com o River até o fim e o favoritismo de Xavi, alguém totalmente identificado com o clube, tornaram pouco provável sua contratação.

Além da Espanha (pelas questões de idioma e culturais), o argentino também tem bastante mercado na França. Quando jogador, ele vestiu as camisas de Monaco e do Paris Saint-Germain. Aliás, não tem sido raro ver fãs de Lionel Messi, sobretudo os seus compatriotas, pedindo que o treinador substitua Mauricio Pochettino no PSG.

Mas, antes de se aventurar contra os melhores e mais influentes treinadores do mundo, Gallardo ainda tem uma última missão a cumprir à frente do River Plate: tirar o clube de uma fila de sete anos no Argentino. Falta pouco.