Por que Marcelo quer ficar na Europa, mas pode acabar voltando ao Brasil?

Capitão do Real Madrid, mais de 530 partidas disputadas pelo clube mais vitorioso da história do futebol, duas Copas do Mundo e 25 títulos (quatro só de Liga dos Campeões da Europa) conquistados ao longo de 15 anos de carreira nos gramados.

Poucos são os jogadores que possuem um currículo tão recheado e pesado quanto o de Marcelo. E, mesmo com essa história de sucesso construída no primeiro escalão do futebol mundial, é possível que ele em breve esteja vestindo a camisa de um clube brasileiro.

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O contrato do lateral esquerdo com o Real, clube que defende desde janeiro de 2007, chega ao fim no encerramento desta temporada. E nada indica que será renovado.

De acordo com o estafe do camisa 12, a prioridade é continuar na Europa. Mas isso depende de alguma equipe importante do cenário do Velho Continente (as que costumam brigar por títulos nacionais e ir longe na Champions) apresentar alguma proposta vantajosa.

Só que, aos 33 anos, Marcelo já não é mais aquele jogador que foi durante um bom tempo sinônimo de "melhor lateral esquerdo do mundo". Pelo contrário, suas últimas temporadas despertam uma grande desconfiança nos clubes de primeiro escalão.

O brasileiro deixou de ser titular do Real há mais de um ano. E, além do declínio técnico e da dificuldade cada vez maior de disputar na velocidade com os pontas adversários, vem acumulando seguidas lesões musculares.

Apenas neste começo de temporada, o veterano já precisou ser entregue duas vezes ao departamento médico porque seu corpo não aguentou. O resultado dessa soma de problemas físicos e queda de desempenho é que disputou apenas 110 minutos, diluídos em quatro partidas, em 2021/22.

A vitória por 2 a 1 sobre o Elche, válida pela 12ª rodada do Campeonato Espanhol, no último fim de semana, foi a primeira partida que Marcelo começou jogando desde maio. E, mesmo assim, ele foi substituído no meio do segundo tempo.

Por isso, não dá para imaginar um clube importante de um país com futebol de muita intensidade, como Inglaterra ou Alemanha, indo atrás do lateral neste momento da carreira. Talvez ele até possa conseguir alguma coisa na Itália (a Juventus chegou a se interessar por ele na época de Cristiano Ronaldo, seu amigo pessoal). Mas são poucas as opções que podem surgir.

Aqui no Brasil, por outro lado, Marcelo chegaria como "rei". Ainda que tivesse que se adaptar a um salário menor do que está acostumado, provavelmente assinaria um contrato mais longo e com bem mais privilégios do que ainda pode conquistar na Europa.

Além disso, atuando em um campeonato de exigência técnica inferior e com titularidade praticamente garantida, o lateral poderia voltar a se destacar, como aconteceu com Hulk, por exemplo, e talvez até retornar às convocações da seleção (vale lembrar que sua posição é uma das dores de cabeça de Tite).

Marcelo tem um namoro de longa data com o Fluminense, clube onde iniciou a carreira e único time que defendeu além do Real. Semanas atrás, alguns veículos da imprensa espanhola chegaram a noticiar que as Laranjeiras seriam a próxima casa do jogador. O Corinthians também já foi apontado como um outro possível clube interessado em repatriar o astro.

O Real ocupa a vice-liderança do Grupo D da Champions, com seis pontos ganhos em três rodadas. A equipe de Marcelo tem a mesma pontuação do Sheriff, mas aparece atrás do clube moldavo na classificação porque foi derrotado no confronto direto.

Nesta quarta-feira, os merengues recebem o Shakhtar Donetsk, único time da chave que ainda não venceu nesta temporada. Já o Sheriff joga em casa contra a Inter de Milão, que tem quatro pontos.

No Espanhol, torneio no qual tem travado uma equilibrada briga pela primeira posição com Real Sociedad e Sevilla, o próximo compromisso dos comandados de Carlo Ancelotti é a partida contra o Rayo Vallecano, marcada para sábado, no Santiago Bernabéu.