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Por que tantos técnicos famosos estão fugindo do novo rico Newcastle?
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Na última quarta-feira, o espanhol Unai Emerey, atual campeão da Liga Europa pelo Villarreal, anunciou em seus perfis em redes sociais que está 100% comprometido com seu atual clube e que não irá aceitar nenhuma proposta do Newcastle.
De acordo com a rede britânica BBC, outros três treinadores de nome pesado no cenário internacional (o italiano Antonio Conte, o alemão Joachim Löw e o espanhol Xavi) também já recusaram convites para assumir o comando do novo rico do futebol inglês.
As sucessivas negativas ouvidas pela diretoria dos "Magpies" levantam uma dúvida. Por que o Newcastle, apesar de ter se tornado o clube mais rico do planeta e ter uma verba exorbitante para investir na contratação de novos jogadores, não está conseguindo atrair treinadores renomados para liderar seu projeto de expansão?
A percepção geral é que comandar o time do nordeste da Inglaterra, pelo menos nesta etapa inicial de gestão do bilionário fundo de investimentos ligado ao governo da Arábia Saudita, é uma tremenda fria... tanto do ponto de vista esportivo quanto do da preservação da imagem.
Como o Newcastle possui hoje um dos elencos mais fracos da Premier League (ocupa a penúltima colocação e não obteve nenhuma vitória nas dez primeiras rodadas desta temporada), seu novo treinador terá que praticamente construir um novo time do zero.
E, apesar da perspectiva da chegada de reforços de bom nível técnico, como o goleiro costarriquenho Keylor Navas (Paris Saint-Germain), o meia brasileiro Philippe Coutinho (Barcelona) e o meia-atacante francês Nabil Fekir (Betis), precisará fazer essa reconstrução com a temporada em andamento e enfrentando uma pressão enorme por resultados imediatos.
Isso porque, caso a reação do Newcastle demore para começar, o risco de rebaixamento será cada vez mais uma possibilidade real. A diferença para o Leeds United, primeiro time fora da zona de descenso, é de seis pontos.
Agora, imaginem o tamanho do vexame de cair para a segunda divisão com o clube mais rico do futebol mundial. Seria um dano histórico.
Mas, mesmo que consiga escapar do rebaixamento, o substituto de Steve Bruce (demitido pouco depois de os sauditas se tornarem dono do clube) sabe que dificilmente sobreviverá no cargo durante todos os anos que forem necessários até o Newcastle ter um time capaz de fazer frente às maiores potências da Inglaterra e do restante da Europa.
Usando um ditado bem popular, o próximo técnico do clube alvinegro provavelmente vai roer o osso para que alguém possa comer o filé mignon daqui a algumas temporadas. E isso não é a tarefa dos sonhos para quem já está acostumado a se deliciar com fartos banquetes.
Por fim, há um outro aspecto a ser considerado. A compra do Newcastle por Mohammed bin Salman, herdeiro do trono saudita e acusado de várias violações contra os direitos humanos, como encomendar a morte de um jornalista, não pegou bem no cenário internacional do futebol.
Houve vários protestos (até mesmo de torcedores dos "Magpies") contra o negócio. É possível que o tempo diminua essa rejeição, como aconteceu com as parceiras entre PSG/Qatar e Manchester City/Abu Dhabi. Mas, neste momento, quem assumir o banco de reservas do St. James Park também será julgado politicamente.
Ciente de que os técnicos mais renomados não desejam trabalhar mesmo no Newcastle neste momento, o clube vai ajustar sua mira e buscar um treinador que já estivesse dentro da sua antiga realidade.
De acordo com a "Sky Sports", o novo favorito para comandar a equipe pelo menos até o fim da temporada é Eddie Howe, cujo maior feito foi ter levado o Bournemouth da quarta à primeira divisão do Campeonato Inglês. O português Paulo Fonseca, que já dirigiu Shakhtar Donetsk e Roma, corre por fora.
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