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Em crise de técnicos, Brasil deve emplacar só Tite na Copa do Mundo
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Pela terceira edição consecutiva, a Copa do Mundo deve ter somente um treinador representante da escola mais vitoriosa da história do futebol trabalhando em seus bancos de reservas.
Se nada de muito atípico acontecer nos próximos meses, Tite, o comandante da seleção canarinho, será o único técnico nascido no Brasil, o maior vencedor da história da competição, em ação no Qatar-2022.
Com exceção da equipe da CBF, nenhum dos outros 12 países já classificados para o Mundial do próximo ano está em mãos brasileiras. E também não existe outro time com chances razoáveis de obter vaga pelas eliminatórias que seja liderado no momento por um "professor" tupiniquim.
Ou seja, só veremos um segundo treinador brasileiro na Copa-2022 se alguma seleção que obtiver a classificação decidir mudar seu comando nos próximos meses. E, mais difícil ainda, decida contratar um compatriota de Tite para a vaga.
O mais provável mesmo é que o futebol pentacampeão mundial vá para o Qatar com apenas um técnico, assim como aconteceu no Brasil-2014 e na Rússia-2018, e siga o seu "novo normal".
Até a primeira década deste século, o cenário era completamente diferente. Entre a Espanha-1982 e a África do Sul-2010, a regra era ter mais de um treinador brasileiro trabalhando em Mundiais. Nesse período todo, de quase 30 anos, houve somente duas exceções: EUA-1994 e Japão/Coreia do Sul-2002.
O recorde foi batido em 1998 e igualado em 2006. Em cada uma dessas duas edições da Copa, justamente as disputadas depois dos últimos títulos mundiais conquistados pelo Brasil, houve quatro seleções comandas por brasileiros.
Na Alemanha-2006, houve até um treinador brasileiro que chegou às semifinais... e não foi à frente da equipe do seu país-natal. O responsável pelo feito foi Luiz Felipe Scolari, quarto colocado com Portugal.
Só Carlos Alberto Parreira, o técnico do tetra, dirigiu quatro seleções estrangeiras em Mundiais: Kuwait (1982), Emirados Árabes Unidos (1990), Arábia Saudita (1998) e África do Sul (2010).
Mas o prestígio dos técnicos brasileiros foi caindo consideravelmente nos últimos anos. Mesmo no futebol de clubes, não há hoje treinadores da nação pentacampeã trabalhando em equipes importantes da Europa.
Mesmo aqui no Brasil, há uma boa parcela de torcedores que preferem ver seu time de coração dirigido por um estrangeiro a um técnico nascido no país. As duas últimas edições da Libertadores, por exemplo, foram vencidas por clubes brasileiros comandados por treinadores importados de Portugal (Jorge Jesus, com o Flamengo-2019, e Abel Ferreira, com o Palmeiras-2020).
A Copa-2022 será disputada fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará no dia 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.
Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, serão 48 participantes.
Uma nova mudança pode acontecer em breve. Apesar da rejeição das confederações europeia e sul-americana, a entidade que gerencia o futebol vem tentando emplacar uma proposta para realizar a Copa a cada dois anos. Desde que foi criado, em 1930, o torneio é jogado com quatro anos de diferença de uma edição para a outra.
A única exceção aconteceu no período da Segunda Guerra Mundial, quando houve uma pausa forçada de 12 anos sem que a bola rolasse no torneio.
Conheça as seleções já classificadas para a Copa
Qatar
Alemanha
Dinamarca
Brasil
França
Bélgica
Croácia
Espanha
Sérvia
Inglaterra
Suíça
Holanda
Argentina
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