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Por que Jorge Jesus nem passa perto de repetir sucesso do Fla no Benfica?
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Um ano e cinco meses depois de deixar o Flamengo para uma segunda passagem pelo banco de reservas do Benfica, Jorge Jesus está prestes a retornar ao comando do clube pelo qual foi campeão brasileiro e da Libertadores duas temporadas atrás.
A simples decisão de aceitar o convite da diretoria rubro-negra (ainda pendente de liberação do clube português do qual continua contratado) para voltar ao futebol sul-americano já é uma prova de que as coisas em Lisboa não saíram como o veterano treinador de 67 anos esperava.
Em agosto de 2020, Jesus trocou o Fla pela crença de que poderia provar aos europeus que era suficientemente bom para fazer barulho também no continente onde estão os melhores treinadores do planeta.
Ele sabia que não ganharia a Liga dos Campeões, mas acreditava que conseguiria fazer uma campanha impactante no torneio interclubes mais importante do planeta. E apostava também na construção de uma hegemonia em Portugal.
Mas nada disso aconteceu. O Benfica de JJ caiu ainda nas preliminares da Champions na temporada passada (foi eliminado pelo PAOK, então dirigido por Abel Ferreira).
Na atual, até conseguiu passar pela fase de grupos e está classificado para as oitavas de final (vai enfrentar o Ajax). Mas a impressão é que a vaga foi muito mais conquistada por deficiências de um Barcelona atolado na sua crise do que por méritos próprios.
No primeiro ano de Campeonato Português, o Benfica foi só o terceiro colocado, posição que está sendo repetida nesta temporada. Atualmente, os "encarnados" estão quatro pontos atrás dos seus arquirrivais, Porto e Sporting.
E Jesus nem pode reclamar que não recebeu os jogadores que queria. O treinador recebeu carta branca da diretoria para reconstruir o elenco e teve à disposição o maior orçamento da história do futebol português: 130 milhões de euros (R$ 841 milhões), na soma dos dois anos.
Só que, talvez com exceção do zagueiro brasileiro Lucas Veríssimo e do atacante uruguaio Darwin Núñez, nenhuma outra das apostas feitas por Jesus realmente entregou o futebol que ele esperava.
O meia-atacante Éverton Cebolinha, segundo reforço mais caro contratado por JJ, alterna jogos como titular e períodos esquecido no banco de reservas. Os veteranos Jan Vertonghen e Nicolás Otamendi não conseguiram transformar o sistema defensivo luso em um paredão e o alemão Luca Waldschmidt até já foi embora.
Mesmo atuando em um país onde a diferença técnica entre os grandes e os pequenos é bem maior do que a registrada no Brasil, Jesus passou longe de atingir os 81,6% de aproveitamento da sua passagem pelo Flamengo. Desde que voltou ao Benfica, ele obteve 71% dos pontos que disputou.
Uma comitiva do Flamengo, liderada pelo vice-presidente de futebol Marcos Braz e pelo diretor Bruno Spindel, viajou na semana passada para Portugal para entrevistar candidatos a substituir Renato Gaúcho no comando do clube.
A lista de treinadores na mira do vice-campeão da Libertadores para a próxima temporada contava exclusivamente com portugueses: Carlos Carvalhal, Paulo Fonseca, Paulo Sousa, José Morais e, claro, Jesus.
O primeiro compromisso do Fla em 2022 está previsto para o dia 26 de janeiro, data de início do Estadual do Rio. A partida contra a Portuguesa será jogada no estádio Luso-Brasileiro e deve ter um time bem alternativo em campo.
De acordo com o planejamento feito pela diretoria rubro-negra, os principais jogadores do elenco só devem começar a ser utilizados no clássico contra o Fluminense, pela quarta rodada, já em fevereiro.
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