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Rafael Reis

REPORTAGEM

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5 motivos para o Palmeiras não menosprezar o Al-Ahly na semi do Mundial

Jogadores do Al-Ahly comemoram a classificação para a semifinal do Mundial - Suhaib Salem/Reuters
Jogadores do Al-Ahly comemoram a classificação para a semifinal do Mundial Imagem: Suhaib Salem/Reuters

07/02/2022 04h00

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Setenta e três dias depois de derrotar o Flamengo e conquistar pela terceira vez o título da Copa Libertadores da América, o Palmeiras estreia amanhã, a partir das 13h30 (horário de Brasília), contra o Al-Ahly (EGI), no Mundial de Clubes.

Se em outros tempos as semifinais do torneio da Fifa eram vistas pelos times brasileiros apenas como uma questão protocolar antes da aguarda final contra o representante da Europa (desta vez, o Chelsea), agora a situação é bem diferente.

O "Blog do Rafael Reis" lista abaixo cinco motivos pelos quais o Palmeiras não deve menosprezar o Al-Ahly e tratar o jogo de amanhã como um treino de luxo para a partida que pode lhe dar o título de campeão mundial (e encerrar de vez as piadas que os torcedores adversários tanto gostam de fazer).

TRAUMA DO ANO PASSADO

Doze meses atrás, o Palmeiras também disputou o Mundial e se preparou para tentar surpreender o Bayern de Munique, então vencedor da Liga dos Campeões da Europa. Só que o encontro com os alemães nem chegou a acontecer. O time dirigido por Abel Ferreira foi derrotado já nas semifinais pelo Tigres, do México. O baque alviverde foi tão grande que a equipe teve uma atuação paupérrima na disputa pelo terceiro lugar e acabou superado também (nos pênaltis) justamente pelo Al-Ahly, sacramentando a pior campanha já feita por um time sul-americano em toda a história da competição. Agora, o confronto com os egípcios vale bem mais: a vaga na decisão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA...

O tricampeão da Libertadores não encontrará nenhum time ingênuo do outro lado do gramado em Abu Dhabi. Pelo contrário, o Al-Ahly está bastante acostumado a enfrentar escolas diferentes da africana. Maior campeão da história do seu continente, o clube bateu ponto em quase 40% de todas as edições já disputadas do Mundial da Fifa -em sua sétima participação, só jogou menos que o Auckland City (Nova Zelândia). Até hoje, a melhor classificação do time do Cairo foi o terceiro lugar obtido em 2012 e repetido no ano passado. Será que não chegou a hora de dar um passo adiante e alcançar a tão desejada final?

REFORÇOS DE PESO

O Al-Ahly poderá escalar contra o Palmeiras um time mais qualificado do que aquele que estreou no Mundial. Cinco jogadores que fizeram parte do elenco da seleção egípcia que ontem enfrentou o Senegal na final da Copa Africana de Nações foram inscritos no torneio da Fifa e agora poderão ser utilizados pelo técnico Pitso Mosimane. O retorno dos defensores Mohamed Abdelmonem e Ayman Ashraf, os meias Amr El Solia e Hamdy Fathi, além do atacante Mohamed Sherif, ainda que desgastados fisicamente pela maratona de jogos da CAN, devem aumentar bastante a qualidade técnica do adversário da equipe brasileira.

SERÁ QUE ENCAIXA?

O Palmeiras ganhou as duas últimas edições da Libertadores jogando à base do contra-ataque e das ligações diretas. Por isso, costuma se sentir mais confortável em campo quando se depara com adversários que se lançam ao ataque e, consequentemente, deixam espaço lá na retaguarda. Só que esse, definitivamente, não é o estilo do Al-Ahly. Pelo que mostraram nas quartas de final contra o Monterrey, os egípcios não têm problema nenhum em ficar plantados na defesa durante a maior parte do jogo e depender de uma ou outra saída em velocidade para tentar o gol. É um futebol para vencer por 1 a 0 ou arrastar o empate sem gols pelo maior tempo possível (quem sabe até a disputa de pênaltis). E, como carrega o favoritismo, será o Palmeiras que terá de ser agressivo e jogar o tempo todo no campo de ataque, algo que não agrada muito Abel Ferreira.

NA CASA DO INIMIGO

Apesar de a torcida alviverde ter viajado em peso para Abu Dhabi, é bem provável que o Palmeiras se sinta como se estivesse jogando no Cairo na partida de amanhã. Isso porque a distância entre as capitais do Egito e dos Emirados Árabes não chega nem a 2.500 km e basta um voo de quatro horas para ir de uma cidade à outra (as viagens de São Paulo para o Oriente Médio duram pelo menos quatro vezes mais). Para ajudar, o Al-Ahly é simplesmente um dos clubes mais populares do planeta e estima ter uma torcida superior a 50 milhões de pessoas, ainda que a Fifa considere que ele possua um pouco menos, algo em torno de 30 ou 35 milhões de apoiadores.