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Por que os ingleses são os gigantes europeus que mais perdem em Mundiais?
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O torcedor do Palmeiras que ainda deseja uma dose extra de motivação para a final do Mundial de Clubes, contra o Chelsea, a partir das 13h30 (de Brasília) de amanhã, nos Emirados Árabes Unidos, pode dar uma olhada no passado da competição.
Historicamente, as equipes da Inglaterra são as representantes do primeiro escalão do Velho Continente que costumam ter os piores resultados em torneios destinados a escolher o melhor time de futebol do planeta.
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A competição deste ano é a 12ª participação de um clube inglês no Mundial da Fifa ou na Copa Intercontinental (confronto direto entre os campeões da Europa e da América do Sul), que foi sua antecessora direta e teve mais de 40 edições jogadas entre as décadas de 1960 e 2000.
E, em apenas três dessas oportunidades, as equipes do país que inventou o futebol conseguiram ficar com a taça. O Manchester United ganhou em 1999 (do próprio Palmeiras) e repetiu a dose em 2008. Já o Liverpool faturou o título de 2019 após derrotar o Flamengo.
Dos sete principais centros da bola na Europa na atualidade (de acordo com o coeficiente da Uefa), a Inglaterra é a de pior aproveitamento em Mundiais, com apenas 27,3% de sucesso. Os clubes de Holanda, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal ganharam pelo menos metade dos torneios que disputaram.
Só mesmo forças de um segundo escalão, como Escócia (Celtic), Grécia (Panathinaikos), Suécia (Malmö) e Romênia (Steaua Bucareste), têm desempenhos inferiores à da terra da Rainha. Mas o detalhe é cada uma dessas nações só brigou pelo posto de melhor do planeta uma única vez... e perdeu.
Dois oito insucessos em Mundiais, três tiveram clubes brasileiros como algozes. Em 1981, o Liverpool perdeu para o Flamengo. Vinte e quatro anos depois, os "Reds" caíram mais uma vez, ante o São Paulo. E, em 2012, o Chelsea foi desbancado pelo Corinthians.
O Manchester United também perdeu para um brasileiro (3 a 1 contra o Vasco), mas a partida ainda era válida pela fase de grupos.
Há pelo menos dois motivos centrais para a Inglaterra, mesmo tendo um dos principais campeonatos nacionais do planeta, ter resultados inferiores aos dos seus vizinhos em Mundiais.
O primeiro é que o calendário inglês é o mais pesado do futebol europeu. Um clube que joga a Premier League pode chegar a disputar 65 partidas oficiais em uma temporada. Nos outros países do continente, dificilmente passará da marca de 50 jogos.
Isso provoca um desgaste físico que não permite que os ingleses mantenham o mesmo nível de futebol durante o ano todo. É preciso desacelerar em alguns momentos. E o Mundial costuma ser uma dessas fases de baixa.
Isso se deve ao segundo motivo do desempenho ruim dos conterrâneos do Chelsea. Em nenhum país da Europa, o torneio da Fifa vale tão pouco quanto na ilha britânica.
É óbvio que nenhum clube inglês vai a campo para perder. Mas o nível de concentração e determinação dos jogadores nos confrontos contra sul-americanos, asiáticos, africanos e cia. não é o mesmo das partidas da Premier League ou da Champions.
Para atletas, integrantes da comissão técnica, dirigentes e até para torcedores, esses jogos talvez se assemelhem com a importância que é dada às Supercopas que abrem a temporada.
Uma prova disso é que, enquanto a imprensa brasileira tem comentado a chance de o Palmeiras conquistar o Mundial, uma pauta recorrente na TV britânica durante esta semana tem sido o quanto o torneio da Fifa pode ser prejudicial para a sequência da temporada do Chelsea.
Originalmente, o Mundial de Clubes seria jogado em dezembro do ano passado. No entanto, o torneio precisou ser adiado depois que o Japão desistiu de organizá-lo por causa da pandemia da covid-19. Com a definição da nova sede, foi preciso também atrasar seu início em dois meses.
A decisão deste sábado, no estádio Mohamed bin Zayed, em Abu Dhabi, irá coroar o 11º campeão diferente do torneio da Fifa. O clube recordista de títulos é o Real Madrid, que já levantou a taça em quatro oportunidades (2014, 2016, 2017 e 2018).
As últimas oito edições do Mundial foram vencidas por equipes europeias. Aliás, só três times de fora do Velho Continente venceram a competição. E todos eles são brasileiros: o Corinthians ganhou em 2000 e 2012, o São Paulo venceu em 2005 e o Internacional faturou a taça de 2006.
Europeus no Mundial
Holanda: 75% de sucesso (3 vitórias em 4 participações)
Alemanha: 71,4% de sucesso (5 vitórias em 7 participações)
Espanha: 68,7% de sucesso (11 vitórias em 16 participações)
Itália: 56,2% de sucesso (9 vitórias em 16 participações)
Portugal: 50% de sucesso (2 vitórias em 4 participações)
Inglaterra: 27,3% de sucesso (3 vitórias em 11 participações)
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