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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como Mundial (mesmo com derrota) pode acelerar volta de Abel à Europa

Abel Ferreira comanda o Palmeiras desde novembro de 2020 - Cesar Greco/Palmeiras
Abel Ferreira comanda o Palmeiras desde novembro de 2020 Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

19/02/2022 04h00

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Faz uma semana que o Palmeiras perdeu para o Chelsea na prorrogação da final do Mundial de Clubes. Só que o torneio da Fifa ainda pode impor uma nova e pesada derrota para o atual bicampeão da Copa Libertadores da América.

Apesar de não ter conseguido levar o time alviverde ao tão aguardado título mundial "incontestável", o técnico Abel Ferreira recebeu muitos elogios da imprensa inglesa e até de jogadores da equipe adversária.

Ou seja, o primeiro mundo do futebol europeu (aqui representado pela Inglaterra, justamente onde é jogado o campeonato nacional mais rico e badalado do planeta) descobriu o trabalho do treinador português.

E isso é justamente o que o Palmeiras mais temia.

A diretoria alviverde sabe que Abel não tem nenhuma pretensão de deixar o Brasil para trabalhar no Oriente Médio ou em mercados periféricos da Europa, o que já era a realidade da sua carreira antes de vir para o lado de cá do Oceano Atlântico, em novembro de 2020.

Mas tem também total noção de que não possui armas suficientes para tentar segurá-lo caso ele comece a receber ofertas de clubes que disputam competições mais importantes no Velho Continente.

A primeira ameaça é o Benfica. O clube de Lisboa está com um treinador interino, Nélson Veríssimo, desde a demissão de Jorge Jesus, no fim do ano passado, e deve contratar um nome forte para o banco de reservas na próxima temporada.

Abel é uma das possibilidades analisadas pela diretoria encarnada para preencher a vaga, ainda que seu empresário, Hugo Cajuda, tenha negado em entrevista à coluna "Mercado da Bola" a existência de uma conversa preliminar entre o treinador e a equipe portuguesa.

Só que o Palmeiras imagina que o Benfica não será o único time "perigoso" a sondar o treinador nos próximos meses. Há sim a expectativa de que clubes ingleses, espanhóis e italianos tentem contratá-lo na vidada da temporada europeia.

Abel tem contrato até dezembro (com opção de renovação automática por mais um ano) com o clube pelo qual ganhou as duas últimas edições da Libertadores. Sua cláusula de rescisão é de 2,5 milhões de euros (R$ 14,6 milhões), valor nada proibitivo para o mercado europeu.

Em pouco mais de um ano de trabalho, o português tem 115 partidas disputadas à frente da equipe alviverde, com 62 vitórias, 23 empates e 30 derrotas. Seus comandados marcaram 193 gols e sofreram 116.

Foi no clube do Allianz Parque que o ex-técnico do Braga e do PAOK ganhou todos os títulos da sua carreira no futebol dos adultos. Além do bicampeonato sul-americano, o ex-lateral direito venceu também a Copa do Brasil-2020.

O Palmeiras ainda está invicto no Campeonato Paulista. Com quatro vitórias e um empate conquistados em cinco rodadas, tem 13 pontos e lidera o Grupo C da competição, que conta ainda com Mirassol, Ituano e Botafogo.

Dono da melhor campanha do Estadual (86,7% de aproveitamento), o time de Abel recebe o Santo André, hoje, a partir das 16h (de Brasília). Na quarta-feira, faz a primeira partida da Recopa Sul-Americana, ante o Athletico-PR, em Curitiba.