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Rafael Reis

REPORTAGEM

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City estuda comprar clube no Brasil, mas não quer saber dos '12 grandes'

O Manchester City, do craque De Bruyne, é o principal time do City Group - Reprodução/Twitter @ManCity
O Manchester City, do craque De Bruyne, é o principal time do City Group Imagem: Reprodução/Twitter @ManCity

24/02/2022 04h20

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O City Football Group, conglomerado que é dono do Manchester City e de outros nove clubes espalhados por quatro continentes, está estudando a possibilidade de entrar no mercado brasileiro.

O "Blog do Rafael Reis" apurou que a organização de capital dos Emirados Árabes está acompanhando de perto o movimento da criação das SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) e a consolidação do modelo de clubes-empresas no país pentacampeão mundial para decidir se irá ingressar no país.

O que já está definido é que o City não irá investir em nenhum dos 12 times que tradicionalmente são chamados de "grandes" na cultura do futebol brasileiro: Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Grêmio, Internacional, Atlético-MG e Cruzeiro.

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Caso opte realmente por comprar algum clube por aqui nos próximos meses, o conglomerado deve seguir o mesmo modelo adotado nos outros países onde já está presente e preferir alguma potência regional ou mesmo um time inexpressivo, que possa recomeçar sua história "quase do zero".

No primeiro cenário, a ideia é que o fruto dessa parceria seja controlado por funcionários contratados pela empresa, mas que mantenha seu nome, escudo e uniforme tradicionais. Foi isso que o City fez, por exemplo, no Girona (Espanha) e no Troyes (França).

É essa a proposta que interessa ao Bahia. O clube, atualmente na Série B do Brasileiro, tem um grupo de conselheiros trabalhando na formalização do lançamento de sua SAF e da terceirização do seu departamento de futebol. De acordo com a imprensa local, a equipe tricolor já está negociando com o conglomerado dono do atual campeão inglês.

A segunda possibilidade de entrada do City no mercado brasileiro é semelhante ao que a Red Bull fez com o Bragantino. Se optar por esse caminho, o grupo deve injetar dinheiro em um clube menos relevante, rebatizá-lo e transformar toda a sua identidade visual.

O uruguaio Montevideo City, que estreou na Libertadores neste ano, é um dos exemplos de como funcionaria essa revolução. Originalmente, o time se chamava Torque e tinha um uniforme em azul, preto e amarelo. Hoje, além do nome inspirado no Manchester, veste camisas praticamente idênticas ao do seu "irmão mais rico".

Caso resolva mesmo entrar no Brasil e comprar um clube para chamar de seu, é pouco provável que o City faça investimentos pesados para encher seu elenco de jogadores consagrados e montar um time para, por ser exemplo, ser campeão sul-americano.

O objetivo principal da filial tupiniquim do grupo será amadurecer jovens talentos garimpados aqui no Brasil ou em países vizinhos que possam, no futuro, transferir-se para o time treinado por Pep Guardiola ou serem vendidos para alguma outra equipe europeia.

O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi (Emirados Árabes) comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou cinco títulos da Premier League e chegou uma vez à final da Liga dos Campeões da Europa.

Contando todos os times da empresa, já são 42 taças levantadas em oito países diferentes. Só o Lommel (Bélgica) e o Sichuan Jiuniu (China) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".