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Com chegada de Vítor, só Portugal tem mais técnicos portugueses que Brasil
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A contratação de Vítor Pereira pelo Corinthians, fechada na última terça-feira e anunciada ontem (23), transformou o Brasil no país fora de Portugal com mais treinadores lusos trabalhando em clubes de primeira divisão em todo o planeta.
Por aqui, o ex-comandante de Porto, Olympiacos e Fenerbahçe fará companhia a Abel Ferreira, à frente do Palmeiras desde novembro de 2020, e Paulo Sousa, que desembarcou no Flamengo no começo desta temporada.
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E o grupo só não é ainda maior porque o Al-Duhail, do Qatar, resolveu fazer jogo duro para liberar Luís Castro para o Botafogo e exigiu que o técnico permaneça no clube até o fim do seu contrato, em junho.
Mesmo que a equipe alvinegra não pague a multa rescisória para ter imediatamente o treinador preferido do seu novo dono, John Textor, o Brasil ainda terá a maior colônia portuguesa de "professores" longe da terra de Cristiano Ronaldo.
Outras antigas colônias lusas, como Angola e Moçambique, chegam a ter dois técnicos compatriotas de José Mourinho, André Villas-Boas e Paulo Fonseca em ação nos seus campeonatos nacionais.
Há também portugueses dirigindo times na Inglaterra (Bruno Lage, do Wolverhampton), na Itália (Mourinho, da Roma), na Grécia (Pedro Martins, do Olympiacos) e em outras ligas da Europa.
Mas nenhum outro lugar do mundo está importando tantos treinadores oriundos de Portugal quanto o Brasil.
A mania começou em 2019, quando Jorge Jesus assumiu o Flamengo e montou um time que entrou para a história pelo belo futebol praticado e também pelos títulos conquistados: foi campeão brasileiro e da Libertadores no mesmo ano, além de ter faturado Carioca, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.
Na temporada seguinte, foi a vez de Abel Ferreira assumir o Palmeiras e mostrar que o sucesso do "Mister" por aqui não era apenas reflexo do seu trabalho individual, mas sim do alto nível que os treinadores portugueses possuem atualmente (independente do estilo de jogo que praticam).
Com o ex-lateral do Sporting no banco de reservas, o clube paulista somou mais duas Libertadores à sua galeria de troféus (já tinha uma) e também venceu uma edição da Copa do Brasil. No recém-encerrado Mundial de Clubes, não faturou a taça, mas arrastou a final contra o gigante Chelsea até a prorrogação.
Mas é claro que nem todos os portugueses que passaram por aqui nos últimos anos fizeram bonito e contribuíram com essa obsessão. Ricardo Sá Pinto ficou só dois meses no Vasco em 2020 e António Oliveira dirigiu o Athletico-PR durante um semestre na temporada passada. Ambos voltaram para casa sem nenhum troféu na bagagem.
Enquanto os treinadores lusos estão cada vez mais desejados no Brasil, os "professores" brasileiros estão ficando escanteados na nossa antiga metrópole.
Ao contrário de um passado nem tão distante assim, quando era comum ver times portugueses dirigidos por representantes do futebol pentacampeão mundial, hoje só há um técnico brasileiro nas duas primeiras divisões lusas. E Wender comanda o antepenúltimo colocado da "Série B", o Sporting Covilhã.
Dos 18 clubes que compõem a elite portuguesa nesta temporada, só um tem um estrangeiro no banco de reservas (o Tondela, do espanhol Pako Ayestarán). Todos os outros são dirigidos por técnicos da nacionalidade que se tornou o sonho de consumo de dirigentes e torcedores brasileiros.
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