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Ucrânia corre risco de perder mais da metade da seleção para guerra
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A seleção ucraniana ainda está na corrida por uma vaga na Copa do Mundo. Mas, por conta da guerra contra a Rússia, corre o risco de ter de disputar as partidas que valem a classificação para o Qatar-2022 sem mais da metade do seu elenco habitual.
Dos 33 jogadores convocados pelo técnico Oleksandr Petrakov na última Data Fifa em que foi a campo (novembro do ano passado), 21 atuam na própria Ucrânia e estão com a carreira paralisada devido ao conflito com os vizinhos.
Além de não terem como manter suas atividades normais de atletas, todos eles ainda correm risco de serem convocados pelo Exército para pegar em armas e ir para o confronto armado contra os russos.
De acordo com decreto do presidente Volodymyr Zelensky, todos os homens ucranianos com idade entre 18 e 60 anos estão proibidos de deixar o país e podem ser requisitados para encorpar sua força de defesa.
A situação atinge até mesmo o centroavante Júnior Moraes, nascido no Brasil. O jogador do Shakhtar Donetsk possui cidadania ucraniana e já defendeu a seleção em 11 oportunidades. Por isso, está apto para ser alistado compulsoriamente ao Exército.
Como os principais nomes da elite do futebol ucraniano atuam mesmo na liga local, poucos são os jogadores da seleção que estão livres da convocação para irem à guerra. O goleiro Andriy Lunin (Real Madrid), os meias Oleksandr Zinchenko (Manchester City) e Ruslan Malinovskyi (Atalanta), além do atacante Roman Yaremchuk (Benfica) são algumas dessas exceções.
Mesmo assim, já ucranianos que jogam no exterior que já se ofereceram para retornar ao país e servir ao Exército. O lateral esquerdo Vasyl Kravets, do Sporting Gijón, afirmou ontem que, mesmo sem jamais ter atirado na vida, quer ir ao front "para ajudar a defender seu território".
A Ucrânia ficou atrás da França nas eliminatórias europeias da Copa-2022. E, como vice-campeã do Grupo D, ganhou o direito de participar da repescagem que pode levá-la pela segunda vez a um Mundial (foi até as quartas de final na Alemanha-2006).
Mas, para viajar ao Qatar, a seleção terá de vencer duas partidas. A primeira, contra a Escócia, no dia 24 de março, em Glasgow. Caso saia de campo com a vitória, irá enfrentar na sequência Áustria ou Gales, novamente fora de casa.
Os primeiros efeitos da invasão da Rússia já começaram ser sentidos também no cenário do futebol internacional. O Campeonato Ucraniano foi suspenso depois da imposição da Lei Marcial no país e não deve ser retomado antes do fim do conflito.
A Uefa também já tirou da Rússia a final da Liga dos Campeões da Europa. Inicialmente prevista para ser jogada em São Petersburgo, a decisão do torneio interclubes mais badalado do planeta foi transferida para o Stade de France, nos arredores de Paris.
Na mesma decisão, a entidade informou que a seleção russa está proibida de atuar em casa na repescagem das eliminatórias da Copa-2022 e terá de jogar em território neutro contra Polônia e, caso vença a equipe de Robert Lewandowski, ante o vencedor do confronto entre Suécia e República Tcheca.
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