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Com mercado fechado na Europa, exilados da Ucrânia devem jogar no Brasil
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Os jogadores brasileiros que atuam na Ucrânia e conseguiram fugir do país invadido por tropas da Rússia podem ser "obrigados" a retornar para o futebol pentacampeão mundial para se manter em atividade durante a guerra.
Como o Campeonato Ucraniano foi suspenso e não tem nenhuma previsão de ser retomado nas próximas semanas, os atletas de clubes como Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev que escaparam do conflito devem ser liberados ou emprestados a equipes de outros cantos do mundo para continuarem jogando.
A questão é que não são tantos lugares assim que estão aptos a receber esses atletas. A janela de transferências dos principais campeonatos nacionais do mundo, como o Inglês, o Espanhol e o Italiano, está fechada, o que impede que a chegada de reforços para os clubes desses países.
Mas isso não acontece no Brasil, que nem adota o sistema de janela, mas sim períodos para registro de contratos de jogadores que estavam no exterior. Neste primeiro semestre de 2022, a fase de inscrição de reforços oriundos de outros países vai até o dia 12 de abril.
Além da terra de Pelé, Garrincha, Ronaldo e Romário, poucos são os campeonatos nacionais minimamente relevantes no cenário internacional que ainda estão permitindo contratações para a atual temporada. Estados Unidos, China e Coreia do Sul são algumas dessas exceções.
No total, 30 jogadores nascidos no Brasil fazem parte dos elencos dos clubes da primeira divisão da Ucrânia. O Shakhtar é quem tem a maior comunidade verde e amarela, com 12 brasileiros, além do centroavante Júnior Moraes, originário de Santos, mas que se naturalizou e hoje joga pela seleção europeia.
Vários deles são bem conhecidos por aqui. O lateral esquerdo Ismaily já foi convocado pela seleção. Os meias Maycon e Pedrinho se destacaram no Corinthians. E o atacante David Neres foi uma das maiores revelações do São Paulo nos últimos anos.
O São Paulo, aliás, já ofereceu a estrutura dos seus centros de treinamento para os jogadores fugidos da Ucrânia manterem a forma pelo tempo que for necessário. Essa promessa não está vinculada a nenhuma obrigação desses atletas defenderem o clube do Morumbi.
Desde o início da guerra no Leste Europeu, na quinta-feira passada, os atletas brasileiros têm relatado dificuldades para conseguir sair do país. Um grupo chegou a caminhar a pé até a fronteira com a Polônia.
Já os jogadores mais conhecidos, principalmente aqueles que atuam no Shakhtar, gravaram um vídeo pedindo ajuda ao governo brasileiro para serem resgatados. Eles conseguiram pegar um trem e deixaram Kiev, a capital ucraniana.
Além das questões humanitárias e geopolítica, a invasão da Ucrânia pelo Exército russo virou um problema dos grandes também no cenário do futebol internacional.
Originalmente programa para ser disputada em São Petersburgo, uma das cidades mais importantes da Rússia, a final desta temporada da Liga dos Campeões da Europa já foi transferida para o Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores de Paris.
As seleções de Polônia, República Tcheca, Suécia, que estão na mesma chave da Rússia na repescagem das eliminatórias da Copa do Mundo, marcada para o fim do próximo mês, anunciaram que não aceitarão ir a campo contra o time do país de Vladimir Putin. Por enquanto, a Fifa apenas proibiu que os russos disputem partidas em casa, ouçam seus hinos nacionais e usem o nome da nação.
A Ucrânia, que também ainda está na briga por vaga no Qatar-2022, não deve enfrentar o mesmo tipo de restrição. No entanto, como boa parte dos seus jogadores atuam no próprio país, estão impedidos de atravessar a fronteira e ainda correm risco de ser convocados para lutar na guerra, pode ter dificuldades para conseguir montar uma equipe para medir forças com Escócia, Áustria e Gales.
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