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5 clubes da Europa que estão nas mãos de russos
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A invasão da Ucrânia pelo Exército russo não tem sido apenas um evento geopolítico e uma grande tragédia humanitária. A guerra no Leste Europeu está tendo repercussões até mesmo no cenário do futebol internacional.
A sede da final da Liga dos Campeões da Europa foi transferida de São Petersburgo para Paris por conta do conflito.
E a Rússia foi suspensa por tempo indeterminado das competições de futebol, o que faz com que ela não possa participar da repescagem das eliminatórias da Copa do Mundo-2022 —Polônia, Suécia e República Tcheca, que seriam suas adversárias pela vaga, já haviam anunciado que não aceitariam ir a campo contra a seleção do país liderado por Vladimir Putin.
Além disso, vários clubes do Velho Continente, que possuem proprietários ou patrocinadores russos, devem se dar mal financeiramente com as sanções que o Ocidente está aplicando ao gigante euroasiático por conta da invasão.
O Schalke 04, tradicional time da Alemanha que hoje está na segunda divisão, até já rompeu contrato com a Gazprom, estatal russa de gás natural com quem tinha contrato válido por mais três anos.
Mas, para outras equipes europeias, livrar-se da imagem negativa provocada pela guerra não é tão simples assim. O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo cinco clubes que estão nas mãos de russos.
CHELSEA (ING)
O atual campeão europeu e mundial teve sua história completamente transformada por Roman Abramovich, um bilionário que se encheu de dinheiro depois da dissolução da União Soviética e que decidiu "brincar" de dirigente de futebol na Inglaterra. Desde 2003 à frente do Chelsea, o magnata transformou um clube que quase nunca era campeão em uma máquina de levantar títulos (cinco da Premier League e dois da Champions ao longo das duas últimas décadas). Próximo de Putin, Abramovich anunciou no fim da semana passada seu afastamento da administração do Chelsea para não prejudicar o cotidiano do time. No entanto, o russo continua sendo o proprietário do clube e certamente seguirá exercendo forte influência sobre os dirigentes (nomeados por ele) que o substituirão.
MONACO (FRA)
No começo da década passada, o clube do principado mais famoso do mundo era um "projeto de Chelsea". Nas mãos de Dmitry Rybolovlev, um bilionário do setor de fertilizantes, o Monaco almejava montar um time capaz de se meter entre os grandes da Europa. A ambição do russo só não se concretizou porque seu casamento acabou e o acordo de divórcio levou embora boa parte da sua fortuna. A solução encontrada por Rybolovlev foi diminuir radicalmente o investimento no Monaco. Mesmo assim, ele ainda conquistou um título francês (2016/17) e revelou Kylian Mbappé. Além da equipe que disputa a Ligue 1, o magnata russo também é dono do Cercle Brugge, nono colocado do Campeonato Belga.
EVERTON (ING)
O dono do clube onde jogam os brasileiros Allan e Richarlison se chama Farhad Moshiri, é um iraniano radicado na Inglaterra e, pelo que se sabe, nunca sequer morou na Rússia. Só que o acionista majoritário do Everton é um dos proprietários da USM, uma empresa russa que atua nos setores de mineração, telecomunicação e tecnologia. E esse conglomerado é justamente uma das principais fortes de receita do clube de Liverpool. Para completar, o maior sócio de Moshiri na USM é Alisher Usmanov, um uzbeque com cidadania russa que já foi acionista do Arsenal e é tratado por muita gente como uma espécie de coproprietário do Everton.
BOURNEMOUTH (ING)
Rebaixado para a segunda divisão inglesa dois anos atrás e a caminho de retornar à elite na próxima temporada (ocupa a vice-liderança da Championship), o Bournemouth é bancado desde 2011 por Maxim Demin, um empresário russo da indústria petroquímica. Ao contrário de Abramovich, o dono do Bournemouth não teve seus bens congelados no pacote de sanções impostas pelo governo britânico como retaliação à guerra provocada pela Rússia. O fato de ser cidadão inglês e de não ter nenhuma ligação comprovada com Putin ou outro membro do primeiro escalão do comando russo fizeram, pelo menos por enquanto, Demin escapar das punições e manter o Bournemouth imune aos danos do conflito na Ucrânia.
VITESSE (HOL)
Apesar de estar longe de ser uma das potências do futebol holandês, o Vitesse é bastante conhecido no cenário internacional por sempre receber muitos jogadores emprestados do Chelsea. A ligação entre os dois clubes não é uma simples coincidência, mas sim uma parceria entre russos. Pode-se até dizer que Valeriy Oyf, dono do Vitesse desde 2018, é uma cria de Abramovich, já que foi funcionário do compatriota no fundo de investimentos que administra sua fortuna e lá tomou gosto pela ideia de se meter no mundo do futebol. Curiosamente, Oyf nasceu na Ucrânia. No entanto, naturalizou-se russo e acabou se aproximando bastante de Abramovich e da administração Putin.
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