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Como guerra na Ucrânia ameaça o Chelsea e pode até levá-lo à falência
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A loja oficial de produtos do Chelsea no estádio Stamford Bridge amanheceu fechada ontem. As bilheterias também não tinham nenhum funcionário vendendo ingressos para os próximos compromissos do clube no Campeonato Inglês e na Liga dos Campeões da Europa.
Até o fim de maio (mas com possibilidade de prorrogação), o vencedor da última Champions está proibido pelo governo britânico de receber qualquer novo centavo em sua conta. Ou seja, todas as transações que podem significar receitas à equipe londrina tiveram de ser paralisadas.
Isso inclui vendas de ingressos, camisas ou qualquer outro produto licenciado, contratos de merchandising e de patrocínio, aluguel de espaços na sua arena e até mesmo transações envolvendo jogadores do seu elenco. Para ajudar, sua patrocinadora principal, a empresa de internet móvel "Three", resolveu suspender temporariamente o contrato.
A pancada nas contas do Chelsea é reflexo da nova onda de sanções financeiras aplicadas pelo governo do Reino Unido aos empresários russos que possuem negócios no país e apoiam o regime de Vladimir Putin.
E um dos alvos dessa retaliação por conta da guerra na Ucrânia provocada pela Rússia é Roman Abramovich, dono da equipe inglesa desde 2003 e responsável pela fase mais vitoriosa da sua história (cinco títulos nacionais e dois europeus).
Ainda que o magnata tenha se afastado da administração do clube assim que o exército russo invadiu o país vizinho e colocado o Chelsea à venda justamente para evitar essas sanções, o governo britânico resolveu que os "Blues" continuam fazendo parte do patrimônio do oligarca e, por isso, precisam ser congelados.
Em curto prazo, o problema para o clube é que nem mesmo renovações de contrato estão permitidas. E três jogadores importante do elenco comandado por Thomas Tuchel ficam sem vínculo no fim da temporada: o capitão César Azpilicueta e os zagueiros Andreas Christensen e Antonio Rüdiger.
Mas, caso as sanções permaneçam não terminem em maio, a própria existência do Chelsea corre risco.
Afinal, como é possível sobreviver na Premier League inglesa, o campeonato nacional mais rico do planeta, sem injeção de nenhum tipo de receita e impossibilitado de contratar e vender jogadores (ainda não há confirmação sobre o tema, mas é possível que os atletas possam ser liberados gratuitamente para outros clubes)?
Até mesmo o processo de venda do Chelsea para um proprietário de outra nacionalidade, o que o livraria das sanções e permitiria que ele retomasse sua vida normal, foi paralisado.
De acordo com o site "The Athletic", o governo ainda está estudando uma forma de permitir que o clube seja negociado com um novo dono. Uma possibilidade seria liberar o negócio desde que Abramovich não fature nada com isso. Na prática, ele apenas doaria o time para uma outra pessoa.
O efeito da guerra da Ucrânia no futebol não se limita ao Chelsea. Por conta do conflito, a final desta edição da Champions foi retirada de São Petersburgo, na Rússia, e transferida para Saint-Denis, nos arredores de Paris (França).
A seleção e os clubes russos também foram suspensos por tempo indeterminado pela Fifa e pela Uefa. Com isso, o país não poderá participar da repescagem europeia das eliminatórias da Copa do Mundo e está fora do Qatar-2022.
Terceiro colocado do Inglês, o Chelsea também está vivo na Champions. O time joga contra o Lille, na próxima quarta-feira, no confronto de volta das oitavas de final da competição, e pode perder por até um gol de diferença que ficará com a vaga para as quartas.
Um detalhe importante é que o clube não poderá gastar mais de 20 mil libras (R$ 136 mil) com a viagem para França a (incluindo passagens, hospedagem e alimentação). Esse é o teto imposto com custos operacionais de uma partida fora de casa pelo governo britânico para permitir que a equipe continue em atividade durante o período da sanção.
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