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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Em declínio, atacantes sul-americanos somem da briga pela Chuteira de Ouro

Lionel Messi é o "rei" da Chuteira de Ouro, mas está mal nesta temporada - REUTERS/Gonzalo Fuentes
Lionel Messi é o "rei" da Chuteira de Ouro, mas está mal nesta temporada Imagem: REUTERS/Gonzalo Fuentes

15/03/2022 04h20

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Lionel Messi, Mauro Icardi, Luis Suárez, Edinson Cavani, Neymar. Até pouco tempo atrás, atacantes sul-americanos eram uma espécie de garantia de muitos gols no primeiro escalão do futebol europeu.

Só que a classificação da Chuteira de Ouro, prêmio que é entregue anualmente ao artilheiro máximo dos campeonatos nacionais do Velho Continente, deixa bem claro que essa era chegou ao fim.

Pela primeira vez no século, não existe no top 10 do ranking dos goleadores da temporada europeia nenhum jogador nascido do lado de cá do Oceano Atlântico.

Os primeiros sul-americanos na classificação da Chuteira de Ouro 2021/22 aparecem apenas na 15ª colocação. O argentino Giovanni Simeone (Cagliari) e o uruguaio Darwin Núñez (Benfica) têm 30 pontos cada, pouco mais da metade da pontuação do líder, o polonês Robert Lewandowski (Bayern de Munique), que já soma 58.

Acima deles na classificação, há 12 atacantes europeus (quatro noruegueses, um polonês, um tcheco, um italiano, um francês, um sérvio, um alemão, um croata e um suíço) e dois africanos (um egípcio e um cabo-verdiano).

A atual edição da Chuteira de Ouro já está praticamente decidida. Apenas um desastre tira o bicampeonato consecutivo de Lewandowski. O camisa 9 do Bayern tem 11,5 pontos de vantagem para o segundo colocado, Ohi Omoijuanfo, do Estrela Vermelha.

Na prática, isso significa que o vice-líder precisa tirar uma diferença de oito gols para assumir o topo da classificação. Só que faltam somente sete rodadas para o fim da temporada na Sérvia, onde ele joga.

O maior campeão da história da Chuteira de Ouro é Messi, que já levantou seis troféus (2009/2010, 2011/2012, 2012/2013, 2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019). Nesta temporada, porém, o craque argentino não aparece nem no top 300, já que tem apenas dois gols marcados na Ligue 1 francesa.

Sem grandes goleadores consagrados no cenário internacional na atualidade, o Brasil está prestes a completar 20 anos de jejum. A última vez que o país do futebol faturou o prêmio foi em 2001/2002, com Jardel, na época jogador do Sporting.

O ex-centroavante do Grêmio também levantou o troféu em 1998/1999. Além dele, apenas Ronaldo (1996/1997) já havia colocado a terra tupiniquim no lugar mais alto do pódio.

Na atual temporada, o brasileiro mais bem classificado na Chuteira de Ouro é Vinicius Júnior, do Real Madrid, que ocupa a 22ª colocação, com 28 pontos (14 gols). O país tem só mais dois representantes no top 100: Arthur Cabral (Fiorentina), na 51ª posição, e João Pedro (Cagliari), no 75º lugar.

O "Blog do Rafael Reis" publica semanalmente, sempre às terças-feiras, uma nova parcial da corrida pelo posto de artilheiro máximo do Velho Continente.

Confira a classificação da Chuteira de Ouro

1 - Robert Lewandowski (POL, Bayern de Munique) - 58 pontos (29 gols)
2 - Ohi Omoijuanfo (NOR, Molde/Estrela Vermelha) - 46,5 pontos (31 gols)
3 -Karim Benzema (FRA, Real Madrid) - 44 pontos (22 gols)
4 - Ciro Immobile (ITA, Lazio) - 42 pontos (21 gols)
5 - Dusan Vlahovic (SER, Fiorentina/Juventus) - 40 pontos (20 gols)
Mohamed Salah (EGI, Liverpool) - 40 pontos (20 gols)
Patrik Schick (TCH, Bayer Leverkusen) - 40 pontos (20 gols)
8 - Thomas Lehne Olsen (NOR, Lillestrom) - 39 pontos (26 gols)
9 - Deniz Undav (ALE, Union Saint-Gilloise) -36 pontos (24 gols)
10 - Marko Livaja (CRO, Hadjuk Split) - 33 pontos (22 gols)
Michael Frey (SUI, Royal Antuérpia) - 33 pontos (22 gols)
Veton Berisha (NOR, Viking Stavanger) - 33 pontos (22 gols)