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Guardiola não é opção real para a seleção; preço e prestígio são barreiras
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Os torcedores brasileiros terão uma grande decepção. E a CBF, mesmo ciente de que provavelmente tomará uma educada porta na cara, tem a obrigação moral de pelo menos fazer uma tentativa.
Mas fato é que Pep Guardiola, o badalado treinador do Manchester City, tem chances minúsculas de ser o sucessor de Tite no comando da seleção depois da Copa do Mundo do Qatar-2022.
Sim, é verdade que o técnico catalão que conduziu o Barcelona aos dias mais vitoriosos da sua história já disse que gostaria de comandar a equipe pentacampeã mundial.
Mas essa declaração foi uma mistura de educação/respeito com a pesada camisa amarelinha e um projeto para um futuro indeterminado (algo na linha do "vamos marcar algo" quando cruzamos na rua com um conhecido que não vemos há muito tempo).
No mundo real, existe um abismo que separa Guardiola de um acerto com o Brasil (ou com qualquer outra seleção).
O primeiro impeditivo é financeiro. O comandante do City é o segundo treinador de futebol mais bem pago do planeta e recebe algo em torno de 22,8 milhões de euros (R$ 122 milhões) por temporada.
Sabe qual é o maior salário de um técnico de seleção na atualidade? O de Didier Deschamps, atual campeão mundial pela França, que ganha anualmente 4,4 milhões de euros (R$ 23,5 milhões). Isso dá menos de 20% dos rendimentos de Guardiola.
Tite, apesar de ser o treinador brasileiro mais bem remunerado do mundo, ganha 3,9 milhões de euros (R$ 20,9 milhões) por ano. Ou seja, com Pep, a CBF gastaria em apenas um mês mais ou menos o valor que paga durante um semestre inteiro para o atual comandante da seleção.
Além do dinheiro, há também uma outra questão de complica bastante um acerto de Guardiola com o escrete canarinho. Pelo menos, neste momento.
O catalão é um treinador no auge da carreira. E, lá na Europa, técnicos que estão no topo têm o costume de priorizar times e não trabalhar em seleções. Dirigir uma equipe nacional é vista por lá como uma função para ex-jogadores de pouca experiência nos bancos de reservas, profissionais de segunda linha ou para quem já cansou da rotina exaustiva do futebol de clubes.
É claro que há exceções, como Hans-Dieter Flick, vencedor da Liga dos Campeões da Europa, que deixou o Bayern de Munique para dirigir a Alemanha. Mas mesmo ele passa longe do prestígio de Guardiola.
O primeiro escalão dos treinadores do planeta, formado por gente como Jürgen Klopp, Thomas Tuchel e Diego Simeone, além de Pep, é claro, está todo no futebol de clubes. E continuará assim, com ou sem proposta da CBF.
Já classificado para a Copa do Qatar e ainda invicto nas eliminatórias (12 vitórias e três empates), o Brasil está prestes a assegurar também o título simbólico do qualificatório da Conmebol. Com 39 pontos, a seleção canarinho tem quatro de vantagem para a Argentina, vice-líder.
O time de Tite tem dois compromissos válidos pelo torneio nesta Data Fifa. Hoje, a partir das 20h30 (de Brasília), recebe o Chile, no Maracanã. E, na próxima terça-feira, encara a altitude de La Paz e a Bolívia.
O Brasil ainda tem mais uma partida válida pelas eliminatórias a disputar, o clássico contra a Argentina, que começou a ser disputado em setembro e foi suspenso depois que agentes da Anvisa entraram no gramado para cobrar a deportação de atletas "hermanos" que entraram no país sem respeitar os protocolos de combate à covid.
Por determinação da Fifa, o jogo terá de ser disputado, ainda que as duas seleções já tenham assegurado vaga para o Mundial. No entanto, a data e o local do encontro ainda não foram divulgados.
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