'No buraco', seleção italiana deve dobrar a aposta em jogadores brasileiros

A segunda ausência consecutiva da Itália em Copas do Mundo é um baque no projeto de reconstrução da seleção tetracampeã mundial. No entanto, não deve sepultar a política de aproveitamento massivo de jogadores que também poderiam defender o Brasil.

Pelo contrário, independente da manutenção ou não do técnico Roberto Mancini no cargo, a tendência é que a Azzurra ainda intensifique a utilização do pé de obra "brasiliano" no próximo ciclo de quatro anos.

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Isso porque as ideias de aproveitamento de filhos e netos de italianos, além da naturalização de jogadores que atuam há muito tempo no país, estão tão enraizadas na filosofia do Calcio (é algo que já acontecia lá na década de 1930) que já praticamente não existem mais restrições a elas.

Na derrota por 1 a 0 para a Macedônia do Norte, na quinta-feira, que sacramentou sua ausência da Copa do Qatar-2022, a Itália utilizou três atletas naturalmente brasileiros. O lateral esquerdo Emerson Palmieri (Lyon) e volante Jorginho (Chelsea) foram titulares, enquanto o atacante João Pedro (Cagliari) saiu do banco.

O zagueiro Luiz Felipe (Lazio) também foi convocado para a repescagem das eliminatórias, mas acabou não sendo relacionado para a partida. E o defensor Rafael Tolói (Atalanta) fez parte da campanha e só não foi chamado porque está contundido.

Todos esses cinco jogadores devem continuar figurando normalmente nas próximas listas da Itália, já que o mais velho deles, Tolói, ainda tem 31 anos. Ou seja, sua idade não é um impeditivo para que dispute o Mundial-2026.

Além deles, já há alguns outros brasileiros sendo monitorados pela FIGC (Federação Italiana de Futebol) para virarem reforços da Azzurra em um futuro próximo. O nome mais conhecido da lista é o zagueiro Roger Ibañez, ex-Fluminense, que é titular absoluto da Roma e chegou a ter a convocação cogitada já para a repescagem.

Há ainda pelo menos outros três atletas nascidos no "país do futebol" ou filhos de imigrantes tupiniquins que foram tentar a sorte na Europa que já vestiram a camisa da Itália na base e, dependendo da evolução que mostrarem nas próximas temporadas, podem ser promovidos à equipe adulta.

O mais pronto deles é o meia-atacante Emanuel Vignato, que já disputou 22 partidas pelo Bologna nesta temporada da Série A, é titular absoluto da seleção sub-21 e foi apontado como possível reforço de clubes mais poderosos, como a Atalanta.

O meia André Anderson, formado na base do Santos e que bem de vez em quando é utilizado pela Lazio, e o zagueiro Nicholas Rizzo, atualmente emprestado ao futebol belga pelo Genoa, são outras apostas.

Um total de 19 seleções já estão asseguradas na próxima Copa do Mundo. Além do Qatar, que conseguiu sua vaga por ser país-sede, Alemanha, Dinamarca, Brasil, França, Bélgica, Croácia, Espanha, Sérvia, Inglaterra, Suíça, Holanda, Argentina, Irã, Coreia do Sul, Japão, Arábia Saudita, Equador e Uruguai também estão garantidos na competição.

Até o fim da próxima semana, outros 10 países conquistarão a classificação para o torneio. Assim, restarão apenas três vagas, que serão preenchidas nas repescagens agendadas para a Data Fifa de junho.

A Copa-2022 será disputada fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará no dia 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.

Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes.