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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Quem são os 9 técnicos estrangeiros que iniciam a disputa do Brasileirão?

Abel Ferreira comanda o Palmeiras e quer seu primeiro título brasileiro - Marcello Zambrana/AGIF
Abel Ferreira comanda o Palmeiras e quer seu primeiro título brasileiro Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

09/04/2022 04h00Atualizada em 09/04/2022 12h24

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Quatro portugueses, três argentinos, um paraguaio e um uruguaio. O Campeonato Brasileiro-2022 começa hoje, com três jogos, deixando bem claro que a ideia de contratar treinadores estrangeiros tomou conta do futebol pentacampeão mundial.

Nunca na história da competição, tantos clubes recorreram a técnicos vindos de outros países. Dos 20 participantes da primeira divisão, nada menos que nove decidiram apostar suas fichas nessa política.

Esse número é gigantesco mesmo para o padrão dos internacionais e cosmopolitas campeonatos nacionais do primeiro escalão da Europa. No Espanhol, seis times são dirigidos por gringos. Na Itália, cinco. E na Alemanha, sete.

Apenas a Premier League inglesa, a liga mais endinheirada e prestigiada do planeta, tem mais treinadores estrangeiros em ação que o Brasileirão. Por lá, os forasteiros são maioria e estão em 13 das 20 equipes.

Mas quem são esses técnicos gringos que estão tentando a sorte no Brasil?

O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo um pequeno perfil de cada um deles e mostra o que eles fizeram ao longo da carreira no banco de reservas antes de desembarcarem por aqui como "solução" para os problemas do país mais vitorioso da história do futebol.

ABEL FERREIRA (Palmeiras): O português de 43 anos é um dos responsáveis pela mania de treinadores estrangeiros no Brasil. À frente do time palestrino desde novembro de 2020, ele já ganhou duas Libertadores, uma Copa do Brasil, um Paulista e uma Recopa Sul-Americana. O Palmeiras é apenas o terceiro clube da carreira de Abel. Técnico no futebol profissional desde 2017, o ex-lateral direito do Sporting dirigiu durante duas temporadas o Braga e passou um ano no comando do PAOK, na Grécia. Mas, nessas duas equipes, não conseguiu levantar nenhuma taça.

ALEXANDER MEDINA (Internacional): Conhecido como "Cacique", o uruguaio de 43 anos foi um jogador de relativo sucesso do Nacional (URU) nas duas primeiras décadas dos anos 2000 e estreou como treinador justamente nesse clube, em 2018. Mesmo sem ser campeão, foi "promovido" para o futebol argentino e passou duas temporadas e meio à frente do Talleres, onde conseguiu ser terceiro colocado no campeonato nacional e vice-campeão da Copa Argentina, feitos gigantes para um clube de pouca expressão.

ANTONIO MOHAMED (Atlético-MG): Cabe a esse argentino de 53 anos a missão de tentar fazer o Atlético-MG defender o título nacional obtido na temporada passada (sob comando de um brasileiro, Cuca). O "Turco" já tem quase 20 anos de carreira como técnico e passou a maior parte do tempo trabalhando no México (foi campeão nacional com três times diferentes, América, Monterrey e Tijuana). Mohamed também venceu a Copa Sul-Americana de 2010 com o Independiente e dirigiu durante 13 partidas o Celta, da primeira divisão espanhola, em 2018.

FABIÁN BUSTOS (Santos): O argentino de 53 anos foi contratado pelo Santos, menos de dois meses atrás, depois de conseguir levar o Barcelona de Guayaquil até as semifinais da última Libertadores. Até pouco tempo atrás, aliás, trabalhar no Brasil parecia um objetivo bem distante da realidade de Bustos. Técnico desde 2009, ele trabalhou durante muito tempo nas divisões inferiores do futebol equatoriano. Foi só depois de pegar o Delfín na segundona, em 2015, e levá-lo ao título nacional, quatro anos mais tarde, que sua carreira realmente decolou.

GUSTAVO MORÍNIGO (Coritiba): A carreira do paraguaio de 45 anos começou com tudo. Logo em seu primeiro trabalho como treinador, Morínigo levou o modesto Nacional-PAR a um título nacional e ao surpreendente vice-campeonato da Libertadores-2014. Desde então, o ex-meia vem tentando provar que essa jornada de sucesso não foi "sorte de principiante". O paraguaio dirigiu o Cerro Porteño, o Libertad e as seleções sub-17 e sub-20 do seu país, mas não obteve mais resultados muito expressivos.

JUAN PABLO VOJVODA (Fortaleza): Sensação do último Brasileiro, quando terminou na quarta colocação e levou o Fortaleza à classificação para a Libertadores, o argentino de 47 anos não conquistou nenhum título antes de chegar ao "país do futebol". Mesmo assim, teve trabalhos expressivos no Defensa y Justicia e no chileno Unión La Calera (chegou a ser vice-campeão nacional, algo enorme para um clube tão modesto). No Talleres e no Huracán, os outros dois times por onde passou, as coisas já não funcionaram tão bem assim.

LUÍS CASTRO (Botafogo): Recém-chegado ao Botafogo, o português de 60 anos é o treinador estrangeiro mais velho em ação no Brasil. A longa carreira de Castro nos bancos de reservas começou ainda no século passado e teve seu melhor momento na temporada 2019/20, quando conquistou o Campeonato Ucraniano pelo Shakhtar Donetsk, seu título mais relevante. O luso também dirigiu o Porto e estava até o mês passado no Al-Duhail, do Qatar. No primeiro jogo da equipe carioca, no entanto, ele será desfalque por "questões burocráticas".

PAULO SOUSA (Flamengo): Duas vezes vencedor da Liga dos Campeões da Europa como jogador (Juventus-1996 e Borussia Dortmund-1997), o português de 51 anos já trabalhou na primeira divisão francesa (Bordeaux) e italiana (Fiorentina). Mas seus trabalhos mais vitoriosos aconteceram na "periferia" do futebol do Velho Continente. Paulo Sousa foi campeão israelense (Maccabi Tel Aviv) e suíço (Basel). Antes de assumir o Flamengo, ele dirigia Robert Lewandowski na seleção polonesa, mas abdicou da chance de trabalhar na Copa do Mundo-2022 para vir ao Brasil.

VÍTOR PEREIRA (Corinthians): Entre os técnicos em ação nesta temporada, o português de 53 anos é o estrangeiro que chegou ao Brasil com melhor currículo. O comandante do Corinthians já foi campeão nacional em Portugal (Porto, em 2012 e 2013), na Grécia (Olympiacos, em 2015) e na China (Shanghai SIPG, em 2018). Vítor Pereira também trabalhou em um dos maiores clubes da Turquia (Fenerbahce) e no Al-Ahli (Arábia Saudita), que é uma potência do futebol asiático.

Campeonato Brasileiro - 1ª rodada

Hoje, às 16h30 - Fluminense x Santos, no Rio de Janeiro
Hoje, às 19h - Atlético-GO x Flamengo, em Goiânia
Hoje, às 21h - Palmeiras x Ceará, em São Paulo
Amanhã, às 11h - Coritiba x Goiás, em Curitiba
Amanhã, às 16h - Botafogo x Corinthians, no Rio de Janeiro
Amanhã, às 16h - Atlético-MG x Internacional, em Belo Horizonte
Amanhã, às 18h - Fortaleza x Cuiabá, em Fortaleza
Amanhã, às 19h - Avaí x América-MG, em Florianópolis
Amanhã, às 19h - São Paulo x Athletico-PR, em São Paulo
Segunda, às 20h - Juventude x Red Bull Bragantino, em Caxias do Sul