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'Bahia City' não vestirá só azul e seguirá modelo de clubes europeus
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Caso terceirize seu departamento de futebol e venda seu controle acionário para o City Group Football, o Bahia não precisará abandonar seu tradicional uniforme tricolor e nem passará por uma mudança radical de nome.
Esses são alguns dos pontos já pré-estabelecidos da proposta de acordo feito pelo conglomerado dono do Manchester City e de outros nove clubes espalhados por quatro continentes com a equipe nordestina.
A proposta feita pela organização ligada a membros da família real dos Emirados Árabes Unidos para assumir a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) deve ser apresentada ao Conselho Deliberativo do clube até o final do mês. Na sequência, será analisada e votada pelos sócios, que decidirão se a parceria realmente sairá do papel.
Além do pagamento de R$ 650 milhões por 90% das ações da SAF, o City se compromete a respeitar o máximo possível a identidade histórica do Bahia e não transformá-lo em uma equipe genérica do grupo, como fez com o Montevideo City Torque (Uruguai) e com o Melbourne City (Austrália).
Na prática, isso significa que não existe nenhuma possibilidade de o clube ser rebatizado como Salvador City (padrão da maioria das aquisições da empresa). Também é pouco provável uma mudança estatutária que o transforme em Bahia City.
Outro ponto totalmente fora de cogitação é o abandono completo da camisa tricolor (azul, vermelho e branco). A equipe nordestina pode até ganhar sim um uniforme todo em azul celeste, como o do Manchester, mas ele será apenas uma das opções disponíveis da temporada, como já é o fardamento branco.
Na prática, caso o negócio seja concretizado, o Bahia-City adotará um modelo semelhante aos usados por Troyes (primeira divisão francesa) e Girona (segundona espanhola).
Os dois clubes, apesar de fazerem parte do rol dos investimentos do fundo árabe, mantiveram seus nomes, uniformes, cores e escudos originais. Ou seja, preservaram suas identidades próprias e apenas mudaram de administração depois que foram comprados.
O mesmo aconteceria se o clube escolhido pelo City para entrar no Brasil houvesse sido o Atlético-MG. O atual campeão nacional teve uma conversa com o conglomerado no segundo semestre do ano passado. Mas as negociações não evoluíram, e o grupo acabou se aproximando do Bahia, seu atual favorito.
O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou cinco títulos da Premier League e chegou uma vez à decisão da Liga dos Campeões da Europa -nesta temporada, já está nas semifinais.
Contando todos os times da empresa, já são 42 taças levantadas em oito países diferentes. Só o Lommel (Bélgica) e o Sichuan Jiuniu (China) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".
Caso o City vire o acionista majoritário do Bahia, ele será o primeiro conglomerado que dirige um time realmente acostumado a brigar por títulos no primeiro escalão da Europa a ingressar no mercado brasileiro.
Quem dirige o Botafogo é John Textor, que é acionista minoritário do Crystal Palace, equipe do meio de tabela da Inglaterra. Já o possível dono do Vasco é o fundo 777 Partners, que está prestes a oficializar a compra e também controla do Genoa, vice-lanterna do Italiano. E o Cruzeiro está nas mãos do ex-atacante Ronaldo Fenômeno, proprietário do Valladolid, da segunda divisão espanhola.
Há ainda o caso do Red Bull Bragantino, que pertence à mesma empresa dona de Leipzig (Alemanha), Salzburg (Áustria) e New York (Estados Unidos). Apesar de suas equipes já terem feito várias campanhas expressivas até mesmo no cenário internacional, os troféus mais expressivos conquistados por elas foram do não tão expressivo assim Campeonato Austríaco.
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