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Shakhtar faz turnê de 'amistosos pela paz', mas brasileiros ficam de fora
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O Campeonato Ucraniano foi suspenso por tempo indeterminado no fim de fevereiro devido à invasão do país por tropas russas. E, apesar de a guerra ainda estar em andamento, o Shakhtar Donetsk já retornou às atividades.
O time vem disputando desde o começo do mês uma série de amistosos pela Europa com dois objetivos principais: arrecadar fundos para ajudar os afetados pelo conflito e fazer campanha pela paz na região.
Os ucranianos já jogaram contra Olympiakos (Grécia), Lechia Gdansk (Polônia) e Fenerbahce (Turquia). Mas, em nenhuma dessas partidas contaram com a participação dos sete jogadores brasileiros que continuam fazendo parte do elenco.
O zagueiro Marlon, os laterais Dodô e Ismaily, o meia Marcos Antônio, os meias-atacantes Pedrinho e David Neres e o atacante Fernando optaram por continuar no Brasil e não fazer parte dessa tour de amistosos do Shakhtar por diferentes países europeus.
Todos eles tiveram dificuldades para deixar a Ucrânia no começo da guerra. Logo que os bombardeiros começaram, ficaram sitiados em um hotel em Kiev, onde gravaram um vídeo pedindo ajuda ao governo brasileiro para serem resgatados. Depois, viajaram de trem para o leste do país e conseguiram atravessar a fronteira rumo a Romênia.
Os outros estrangeiros que permanecem vinculados ao Shakhtar, como o meia-atacante israelense Manor Salomon e o centroavante Lassina Traoré, de Burkina Fasso, também não estão participando dessa espécie de intertemporada da equipe.
Quanto aos brasileiros, é pouco provável que eles voltem a jogar pelo clube ucraniano. O "Blog do Rafael Reis" apurou que eles consideram que o trauma da guerra foi pesado demais e que, por isso, pretendem dar sequência à carreira em times de outros países.
O atacante Fernando, por exemplo, tem negociações avançadas com o Red Bull Salzburg, da Áustria. Já Pedrinho e David Neres aguardam o final da temporada europeia e devem ser negociados na próxima janela de transferências.
Seis brasileiros que começaram o ano como jogadores do Shakhtar já resolveram suas situações: Alan Patrick e Vitão assinaram com o Internacional, Maycon e Júnior Moraes se transferiram para o Corinthians, Vinícius Tobias foi cedido ao Real Madrid Castilla e Tetê acabou liberado para jogar no Lyon.
Quando o Campeonato Ucraniano foi paralisado, o Shakhtar ocupava a vice-liderança da competição e tinha dois pontos a menos que seu arquirrival, Dínamo de Kiev. Restavam ainda 12 rodadas para a conclusão da temporada.
Como os conflitos contra a Rússia continuam acontecendo diariamente, ainda não existe nenhuma definição sobre a continuidade ou cancelamento competição. A Uefa também não se pronunciou sobre quais critérios irá adotar para definir os representantes ucranianos na próxima edição das suas competições interclubes.
Por enquanto, a maior preocupação futebolística da Ucrânia é conseguir reunir uma seleção para tentar se classificar para a Copa do Mundo. A equipe enfrenta a Escócia, em 1º de junho, na semifinal da repescagem das eliminatórias europeias. Caso vença em Glasgow, jogará pela vaga contra Gales, novamente fora de casa, quatro dias depois.
Ao contrário dos vizinhos e adversários de guerra, a Rússia não pode participar do capítulo final da corrida para o Qatar-2022 porque foi suspensa pela Fifa e pela Uefa. A sanção também vale para os clubes do país, que estão proibidos de disputar qualquer competição chancelada por essas entidades.
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