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Rafael Reis

REPORTAGEM

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1º alvo do City no Brasil quer trocar amigo de Luxa por investidor gringo

O Londrina é administrado desde 2009 por Sérgio Malucelli - Ricardo Chicarelli/Londrina/Divulgação
O Londrina é administrado desde 2009 por Sérgio Malucelli Imagem: Ricardo Chicarelli/Londrina/Divulgação

23/04/2022 04h00

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Antes de acertar a compra do departamento de futebol do Botafogo, o bilionário norte-americano John Textor estudou a possibilidade levar seu investimento para o Londrina. O City Football Group, que está prestes a assumir o controle do Bahia, também se reuniu antes com dirigentes da equipe paranaense.

Primeiro alvo de vários dos grupos internacionais que já entraram ou planejam ingressar no futebol brasileiro nos próximos anos, o clube que atualmente disputa a Série B até já tem um parceiro que administra seu time. Mas pretende trocá-lo em breve por um projeto vindo do exterior.

"Já constituímos uma SAF [Sociedade Anônima do Futebol], mas ela ainda precisa passar pela aprovação dos sócios", explicou, por telefone, o presidente do Londrina, Felipe Prochet.

Tradicional força do interior do Paraná, o LEC estava tecnicamente quebrado na primeira década do século. A solução para não fechar as portas foi entregar o comando do seu futebol para o empresário Sérgio Malucelli, conhecido nacionalmente pela amizade com o técnico Vanderlei Luxemburgo (atualmente sem clube).

A gestão da SM Sports, selada em 2011, deu muitos frutos. Além ter equacionado as dívidas da agremiação (que hoje estão na casa de US$ 2 milhões, ou R$ 10 milhões), rendeu dois títulos paranaenses e um da Primeira Liga, além de vaga consolidada na Série B do Brasileiro.

Mas faltou o retorno para a primeira divisão nacional, disputada pela última vez pelo time do uniforme alviceleste 40 anos atrás, e principal objetivo da possível futura parceria.

"Queremos alguém que nos permita ter durante uns três ou quatro anos orçamento suficiente para o acesso", afirmou Prochet.

Em 2020, quando o primeiro contrato do Londrina com Malucelli chegou ao fim, o dirigente foi à Europa para vender o projeto para candidatos a investidores externos. Foi nesse momento que ele se reuniu com Textor e com dirigentes do City Group, conglomerado dono do Manchester City e de outros nove times espalhados por quatro continentes.

"A viagem teve uma repercussão muito legal. Conversamos com dirigentes de três clubes da Premier League e seis da Championship, a segunda divisão inglesa. Foram 14 reuniões. E 13 delas terminaram com interessados em investir no Londrina. Mas tínhamos que esperar a regulamentação da lei da SAF aqui no Brasil. Depois, veio a pandemia e esfriou tudo."

Nesse meio-tempo, o Londrina acabou renovando o acordo de gestão com a empresa de Malucelli. O novo vínculo vai até 2025. Mas não encerrou a busca do clube um parceiro vindo do exterior.

"Esse novo contrato já prevê uma cláusula de cooperação para a negociação com um investidor externo. Se o negócio for bom para o clube e para o Sérgio, podemos fechá-lo sem nenhum problema, explicou o presidente do Londrina.

A ideia é que o interessado em comprar a SAF do LEC não fique apenas com o time de futebol, mas também com seu centro de treinamento, que é da propriedade da empresa de Malucelli. Com isso, os dois parceiros ganhariam com o negócio.

O clube já contatou uma empresa de valuation para avaliar quanto deve cobrar de um possível investidor externo. A estimativa de Prochet, baseada nos valores que ele ouviu lá na Europa, giram em torno de R$ 100 milhões.

Após três rodadas da Série B do Brasileiro, o Londrina soma uma vitória (Náutico), um empate (Novorizontino) e uma derrota (Criciúma). Na terça-feira, vai a Belo Horizonte enfrentar o Cruzeiro, que já se transformou em SAF e que é administrado pelo ex-atacante Ronaldo Fenômeno.