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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que Rodrygo, mesmo com grandes atuações, continua na reserva do Real?

Rodrygo comemora gol com Benzema na Liga dos Campeões - Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images
Rodrygo comemora gol com Benzema na Liga dos Campeões Imagem: Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

26/04/2022 04h00

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Rodrygo foi essencial para o Real Madrid conseguir vencer os mata-matas contra Paris Saint-Germain e Chelsea e alcançar o posto de um dos quatro melhores times da Europa na temporada. Também brilhou no recente confronto com o Sevilla, um dos compromissos mais difíceis do Campeonato Espanhol.

Mas, apesar de estar emplacando uma grande atuação atrás da outra e de ter sido comparado a Neymar pelo diário esportivo "As", o brasileiro de 21 anos provavelmente começará no banco a partida contra o Manchester City, hoje, a partir das 16h, que abre as semifinais da Liga dos Campeões.

E o motivo é o mesmo pelo qual o ainda jovem jogador revelado nas categorias de base do Santos foi deixado como reserva nas rodadas anteriores da Champions e na maioria dos jogos mais complicados da liga nacional: o equilíbrio tático.

Apesar de o Real oficialmente jogar no esquema 4-3-3, o técnico Carlo Ancelotti costuma escalar, pelo menos nas partidas contra adversários mais fortes, somente dois atacantes de fato: um aberto pela esquerda (Vinícius Júnior) e um centroavante (Karim Benzema).

A faixa direita, que poderia ser dada a Rodrygo, costuma ser ocupada por algum jogador que tenha características menos agressivas, normalmente por um meio-campista capaz de compor melhor as linhas defensivas do que os homens de frente: o uruguaio Federico Valverde ou o espanhol Marco Asensio.

Isso acontece para que Benzema e Vini, os dois protagonistas do time na temporada, não precisem se desgastar tanto na marcação. E também para permitir que o croata Luka Modric se desprenda dos outros meio-campistas e possa atuar um pouco mais adiantado na criação das jogadas, como um autêntico camisa 10.

Na concepção de Ancelotti, Rodrygo é um jogador de características muito semelhantes às de Vinícius Júnior (um verdadeiro atacante de lado de campo, que se destaca principalmente no "um contra um"). Por isso, escalar os dois juntos com Benzema acabaria desmantelando toda a engrenagem de funcionamento do jogo do Real.

Por isso, o treinador italiano costuma guardar essa opção de um "4-3-3 de verdade" para compromissos menos delicados (como a vitória por 2 a 0 sobre o Getafe, no começo do mês) e situações de emergência, quando vale a pena correr o risco de utilizar uma formação tão ofensiva.

Foi assim no segundo tempo do jogo de volta das oitavas da Champions contra o PSG, na reta final das quartas ante o Chelsea e também nos 45 minutos finais do encontro com o Sevilla. Nas três ocasiões, os madrilenos estavam em desvantagem e precisavam buscar o placar que lhes era favorável, o que acabou acontecendo depois da entrada de Rodrygo.

Mesmo sem ter conquistado a titularidade, o brasileiro já participou ativamente de 13 jogadas de gol nesta temporada. Em todo o elenco do Real, só Benzema (52), Vini (35) têm sido mais ativos.

Pelo terceiro ano consecutivo, a partida que definirá o melhor time de futebol do Velho Continente não será disputada no local inicialmente programado pela Uefa.

Depois de levar as duas últimas finais da Champions para Portugal por conta da pandemia da covid-19, a entidade europeia resolveu tirar o jogo do título desta edição de São Petersburgo como forma de sanção pela invasão da Rússia à Ucrânia.

Com isso, a partida que definirá o sucessor do Chelsea no posto de campeão europeu será agora realizada no dia 28 de maio, em Saint-Denis, nos arredores de Paris (França).

Liga dos Campeões da Europa - semifinais

Hoje, às 16h - Manchester City x Real Madrid, na Inglaterra
Amanhã, às 16h - Liverpool x Villarreal, na Inglaterra
03/05, às 16h - Villarreal x Liverpool, na Espanha
04/05, às 16h - Real Madrid x Manchester City, na Espanha