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Como zagueiro mais caro da história virou símbolo do fracasso do United
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Ao pagar 87 milhões de euros (R$ 460,2 milhões, na cotação atual) ao Leicester e transformar Harry Maguire no zagueiro mais caro da história do futebol mundial, o Manchester United achou que seus problemas defensivos estavam resolvidos.
Dois anos e meio se passaram desde então, e a retaguarda dos "Diabos Vermelhos" ainda não entrou nos eixos (é a mais vazada do "Big Six" da temporada inglesa). Para piorar, se transformou em uma espécie de bode expiatório da crise que insiste em não sair de Old Trafford.
Quando o United foi eliminado da Liga dos Campeões da Europa, a culpa caiu sobre Maguire. Nas duas goleadas históricas sofridas nos clássicos contra o Liverpool nos últimos meses (5 a 0 e 4 a 0), também. E claro que o dono da camisa 5 também costuma ser responsabilizado por seu time não conseguir mais sequer vislumbrar fazer frente aos seus maiores rivais locais.
A torcida do lado vermelho de Manchester não perde uma chance de criticá-lo. Na semana passada, por exemplo, ele foi ridicularizado por ter acertado (obviamente sem querer) um coice no meia Paul Pogba, seu companheiro de time.
Já no último compromisso da seleção inglesa, o amistoso contra o Costa do Marfim, no fim do mês passado, Maguire teve o nome vaiado por boa parte do estádio de Wembley, massivamente ocupado por apoiadores do United, a maior torcida do país.
As críticas ao zagueiro mais caro da história estão ficando cada vez mais pesadas. Também na última semana, o jogador precisou acionar a polícia para examinar a veracidade de uma ameaça anônima de que torcedores teriam plantado uma bomba na sua casa.
Como nenhum artefato foi encontrado no local, os investigadores concluíram que tudo não havia passado de um trote.
A "perseguição" a Maguire está ligada à relação expectativa-realidade que sua contratação provocou. Quando souberam que teriam no seu elenco o zagueiro mais caro da história, os torcedores do United imaginaram que ele teria um impacto semelhante ao provocado por Virgil van Dijk no Liverpool -após a chegada do zagueiro, a defesa dos "Reds" entrou nos eixos.
Como esse upgrade não aconteceu, o defensor virou o alvo principal das arquibancadas, ainda que o técnico interino Ralf Rangnick tenha decidido manter o contestado jogador como capitão do time e o escale como titular quase sempre (só ficou no banco em quatro rodadas do Campeonato Inglês).
"Tenho pena de Maguire. O capitão de uma equipe deve ser quem está há muito tempo no clube. Mas Maguire foi escolhido, e ele estava há pouco tempo no clube. Ainda estava em fase de adaptação e de repente ficou com a responsabilidade extra de ser capitão", defendeu o ex-volante Roy Keane, ídolo histórico do United, em declarações à Ladbible TV.
Apesar das críticas que têm recebido, o zagueiro provavelmente continuará no clube na próxima temporada. Com contrato até 2025, ele não está na lista de jogadores negociáveis elaborada pelo holandês Erik ten Hag, hoje no Ajax, que vai assumir o comando do time a partir de julho.
Com apenas uma vitória nas últimas seis partidas disputadas, o Manchester United perdeu fôlego na reta final da temporada e ficou em situação delicada para conseguir a classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões.
A equipe de Cristiano Ronaldo e Maguire ocupa a sexta colocação na Premier League e tem seis pontos de desvantagem para o Arsenal, atual dono da última vaga na Champions. O problema é que restam apenas quatro rodadas (e 12 pontos) em disputa para os "Diabos Vermelhos".
O United joga a primeira dessas decisões amanhã, contra o Chelsea (terceiro na classificação), em casa. Depois, ainda enfrenta Brentford (12º), Brighton (11º) e Crystal Palace (14º).
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