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A história do clube que só não foi vendido ao City porque a torcida barrou
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Desde que foi noticiado pela primeira vez o interesse do City Football Group de comprar a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) de algum clube brasileiro, o que não faltam nas redes sociais são mensagens de torcedores praticamente implorando para que o seu time de coração seja o escolhido.
Mas, fora do país pentacampeão mundial, a ideia de receber investimento do conglomerado dono do Manchester City e de outras nove equipes espalhadas por nove continentes, não é tão unanimidade assim.
Foi o que demonstraram os torcedores do NAC Breda, que ocupa a oitava colocação na segunda divisão do Campeonato Holandês, que se organizaram e conseguiram impedir a venda do clube para a empresa financiada pela família real de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Pouco mais de um mês atrás, o City anunciou a compra da equipe holandesa, com quem já tinha uma parceria de longa data para desenvolvimento de atletas via empréstimo, por 7 milhões de euros (R$ 37,2 milhões).
O anúncio foi a senha para o início dos protestos dos torcedores do NAC, especialmente daqueles que fazem parte dos grupos de ultras (algo similar às organizadas aqui do Brasil) do clube.
Uma dessas associações chegou a viajar à Inglaterra para estender nas arquibancadas do Etihad Stadium, casa do Manchester City, o clube-cabeça da operação, uma faixa com a frase: "Fiquem fora do nosso território. O NAC não é para o City Group."
Diante da pressão exercida pela torcida holandesa, o negócio foi cancelado.
Com isso, o segundo maior acionista do clube, a NOAD Foundation, resolveu colocar em prática um plano de ação para arrecadar com empresários locais o dinheiro necessário para comprar a participação do acionista majoritário, o empresário Wim van Aalst, que havia costurado o acordo com o City.
Caso a iniciativa funcione, a ideia é que o NAC Breda volte a ser administrado por pessoas de maior conexão com o time, e não por um magnata ou um fundo de investimentos que tenha como objetivo principal a obtenção de lucro financeiro.
O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou cinco títulos da Premier League e chegou uma vez à decisão da Liga dos Campeões da Europa —nesta temporada, já está nas semifinais.
Contando todos os times da empresa, já são 42 taças levantadas em oito países diferentes. Só o Lommel (Bélgica) e o Sichuan Jiuniu (China) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".
O conglomerado iniciou os estudos para a entrada no futebol brasileiro no começo de 2020, quando teve uma reunião com dirigentes do Londrina. No ano seguinte, a administração do fundo conversou com o Atlético-MG e chegou a esboçar uma proposta de R$ 1 bilhão pelo clube.
Mas as negociações evoluíram mesmo foi com o Bahia. O time nordestino, atualmente na segunda divisão nacional, já tem um acordo encaminhado de venda da sua SAF por R$ 650 milhões. A transação ainda precisa ser aprovada pela assembleia de sócios para ser oficializada e entrar em vigor.
Caso o City vire mesmo o acionista majoritário do Bahia, ele será o primeiro conglomerado que dirige um time realmente acostumado a brigar por títulos no primeiro escalão da Europa a ingressar no mercado brasileiro.
Quem dirige o Botafogo é John Textor, que é acionista minoritário do Crystal Palace, equipe do meio de tabela da Inglaterra. Já o possível dono do Vasco é o fundo 777 Partners, que está prestes a oficializar a compra e também controla do Genoa, vice-lanterna do Italiano. E o Cruzeiro está nas mãos do ex-atacante Ronaldo Fenômeno, proprietário do Valladolid, da segunda divisão espanhola.
Há ainda o caso do Red Bull Bragantino, que pertence à mesma empresa dona de Leipzig (Alemanha), Salzburg (Áustria) e New York (Estados Unidos). Apesar de suas equipes já terem feito várias campanhas expressivas até mesmo no cenário internacional, os troféus mais expressivos conquistados por elas foram do não tão expressivo assim Campeonato Austríaco.
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