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Como 'primo' do PSG transformou Piqué e futuros donos do Vasco em inimigos
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Se você deseja evitar desconforto, é melhor não convidar para a mesma festa o zagueiro espanhol Gerard Piqué, uma das estrelas do Barcelona, e os empresários norte-americanos Steven Pasko e Josh Wanders, fundadores da 777 Partners e futuros donos da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Vasco.
O motivo do desentendimento é o Red Star 93, clube mais tradicional de Paris e que atualmente disputa o Championnat National, o equivalente à terceira divisão do futebol francês.
Piqué, que, apesar de ainda estar em atividades nos gramados, já é dono do FC Andorra, líder de um dos grupos da terceirona da Espanha, desejava comprar também o time parisiense, fundado em 1897 (73 anos antes do Paris Saint-Germain) por Jules Rimet, que viria a ser presidente da Fifa e o idealizador da Copa do Mundo.
O zagueiro foi à França no ano passado e conheceu a estrutura do clube. Só que, quando tentou adquiri-lo, descobriu que já havia um acordo engatilhado para que o Red Star fosse comprado pela 777 Partners.
"Infelizmente, chegamos um pouco atrasados nas negociações. Procurávamos um clube que atendesse aos nossos desejos e expectativas. E o Red Star, por sua história, por estar em Paris, por seus torcedores e seu estádio que está sendo reformado, gostamos logo de cara. Fizemos uma oferta muito boa no último minuto, mas não aconteceu no final", declarou, na semana passada.
Só que Piqué não aceitou bem a derrota nos negócios para o fundo de investimento norte-americano, que também é dono do Genoa e do belga Standard Liège, além de ocupar o posto de acionista minoritário do Sevilla.
O zagueiro resolveu unir forças com os grupos de ultras (versão europeia das nossas torcidas organizadas) que têm protestado contra a venda do Red Star ao 777 Partners por supostamente desrespeitar as tradições do clube e ainda tentam fazer com que o negócio não seja concretizado.
Piqué já deu pelo menos duas demonstrações públicas dessa aliança. Primeiro, postou em suas páginas oficiais um vídeo montado pelos manifestantes pedindo o cancelamento da transação. Também nas redes sociais, respondeu a uma mensagem de protesto do grupo com um emoji de "joinha" em sinal de apoio à causa.
A 777 Partners foi um dos primeiros grupos estrangeiros a manifestar interesse em entrar no Brasil depois da aprovação da lei da SAF.
Em fevereiro, o fundo norte-americano assinou um memorando de intenções em que se compromete a comprar 70% das ações do departamento de futebol do Vasco e investir R$ 700 milhões ao longo dos próximos três anos.
A empresa tem um prazo de 90 dias, que expira no fim de maio, para apresentar a proposta final para assumir oficialmente o comando da equipe cruzmaltina. Essa oferta ainda precisa ser aprovada por conselheiros e sócios do clube.
Apesar de o negócio ainda não ter sido concluído, a 777 Partners já tem participado das decisões diárias do time e interferido no planejamento (contratação de jogadores e montagem da comissão técnica). para a disputa da Série B do Brasileiro.
Além do clube do Rio, somente outros dois integrantes do tradicional grupo dos 12 grandes do futebol pentacampeão mundial já constituíram SAFs e terceirizaram a gestão do futebol. O Cruzeiro hoje é administrado pelo ex-atacante Ronaldo Fenômeno, enquanto o Botafogo está nas mãos do investidor norte-americano John Textor.
Em sua segunda temporada consecutiva disputando a Série B, o Vasco somou dez pontos nas primeiras seis rodadas e ocupa a quinta colocação (o Grêmio, quarto e primeiro na zona de acesso, tem a mesma pontuação).
No domingo, o time dirigido por Zé Ricardo recebe o Bahia, outra equipe que também está prestes a entregar sua administração para um conglomerado estrangeiro, o City Group Football, dono do Manchester City.
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