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Por que a Ucrânia não levou Marlos e Júnior Moraes para jogos decisivos?
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Dois meses e meio depois do adiamento dos seus últimos compromissos pelas eliminatórias da Copa do Mundo em virtude da invasão da Rússia ao seu território, a Ucrânia começa a decidir hoje se estará no Qatar-2022.
A equipe do leste europeu joga contra a Escócia, a partir das 15h45 (de Brasília), em Glasgow, em uma partida que vale pela semifinal da repescagem do qualificatório da Uefa e também como manifestação do orgulho de um povo que vem sofrendo com a guerra há quase 100 dias.
Dois jogadores que atuam no Brasil poderiam ter sido acionados pelo técnico Oleksandr Petrakov para essa missão que vale muito mais do que uma "simples" classificação para um Mundial de futebol: o meia-atacante Marlos (Ahletico-PR) e o centroavante Júnior Moraes (Corinthians).
Apesar de terem nascido por aqui, ambos passaram a maior parte da carreira na Ucrânia, ganharam uma nova cidadania e defenderam a seleção inimiga da Rússia antes de retornarem ao país-natal nesta temporada.
Quando decidiu voltar ao Brasil, no começo do ano, Marlos anunciou também que não tinha mais intenção de jogar pela Ucrânia, o que, a menos que ele mudasse de ideia, inviabilizaria sua convocação para a repescagem.
Já Júnior Moraes, que ainda estava no Shakhtar Donetsk quando o conflito bélico começou e precisou fugir do país como refugiado, jamais fez qualquer anúncio de aposentadoria da seleção. Ou seja, a decisão de não convocá-lo veio da comissão técnica ucraniana.
O que pesou contra a ida do centroavante do Corinthians para a reta final das eliminatórias foi o fato de ele só ter jogado pela Ucrânia durante a gestão do técnico Andriy Shevchenko (2016-2021). Quando Petrakov assumiu o cargo, Moraes estava se recuperando de uma cirurgia de joelho e não podia ser aproveitado.
Por isso, mesmo com boa parte dos seus jogadores sem disputar uma partida oficial desde o ano passado (o Campeonato Ucraniano foi interrompido em fevereiro, antes de voltar das férias de inverno), o treinador preferiu não recorrer a um atleta que "desconhecia".
Os jogadores que antes da guerra atuavam na própria Ucrânia se reuniram no começo de maio e passaram um mês recuperando a forma física e treinando exclusivamente para a repescagem. Nesse período, disputaram amistosos contra Borussia Mönchengladbach, Empoli e Rijeka.
Com o fim da temporada europeia, esse grupo recebeu nove reforços de atletas que não interromperam suas atividades por conta da guerra, já que defendem times estrangeiros. Fazem parte desse grupo os nomes mais conhecidos do futebol ucraniano na atualidade, como os meias Oleksandr Zinchenko (Manchester City), Ruslan Malinovskyi (Atalanta) e Andriy Yarmolenko (West Ham), além do atacante Roman Yaremchuk (Benfica).
O vencedor da partida ente ucranianos e escoceses irá enfrentar o País de Gales, no domingo, pelo direito de ser a última seleção europeia classificada para o Qatar-2022. O campeão dessa chave irá se juntar ao Grupo B da competição e terá Inglaterra, Irã e Estados Unidos como adversários na primeira fase.
Outras duas vagas para a Copa ainda estão abertas. Uma delas irá para Costa Rica ou Nova Zelândia. A outra, terá como dono Emirados Árabes Unidos, Austrália ou Peru.
O Mundial será disputado fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará em 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.
Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir da Copa seguinte, organizada por EUA, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
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