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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que o Brasil nunca joga contra europeus, mas a Argentina joga?

Tite já disse que adoraria jogar amistosos contra seleções europeias - Lucas Figueiredo/CBF
Tite já disse que adoraria jogar amistosos contra seleções europeias Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

04/06/2022 04h00

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Desde que venceu o amistoso por 3 a 1 a República Tcheca, há três anos e dois meses, a seleção brasileira disputou mais 40 partidas. Foram 34 compromissos contra outras equipes sul-americanas, três frente a asiáticos, dois ante africanos e um com um representante da Concacaf (Américas Central, do Norte e Caribe).

A ausência de jogos contra europeus é uma preocupação constante do torcedor canarinho. Afinal, nas últimas quatro edições da Copa do Mundo, o time pentacampeão foi eliminado por adversários do Velho Continente (França-2006, Holanda-2010, Alemanha-2014 e Bélgica-2018).

Sempre que é questionada sobre o tema, a CBF apresenta mais ou menos a mesma resposta e diz que marcar jogos contra seleções da Europa tem sido uma tarefa cada vez mais difícil por conta de questões de calendário.

O argumento da entidade não é uma desculpa esfarrapada. Desde que a Uefa criou a Liga das Nações, praticamente não sobra mais espaço na agenda das suas equipes filiadas para amistosos.

Só que essas restrições não têm impedido que a Argentina, uma seleção tão sul-americana quanto o Brasil, descole, ainda que só de vez em quando, algumas partidas para medir forças contra times europeus.

Enquanto os comandados de Tite enfrentam Coreia do Sul (na última quinta-feira) e Japão (segunda) nesta Data Fifa, Messi e companhia têm pela frente Itália (na quarta passada) e Estônia (amanhã). E vale lembrar ainda que os albicelestes também enfrentaram a Alemanha, em setembro de 2019.

É verdade que o confronto contra os italianos foi um ajuste entre Conmebol e Uefa para colocar frente à frente os campeões da Copa América e da Europa (ou seja, o Brasil poderia ter tido a chance de enfrentar a Azzurra). Mas os outros dois jogos foram amistosos normais, marcados pelas federações dos países envolvidos.

A diferença é que a AFA, entidade que organiza o futebol argentino, realmente tem tratado a escassez de jogos contra as seleções europeias como um problema que precisa ser combatido. Por isso, quando tem a chance de enfrentar algum time do Velho Continente, mesmo que seja a fraca Estônia, não desperdiça.

Já a CBF, ainda que fale que adoraria enfrentar os europeus com maior frequência, não trata essa marcação de amistosos como uma verdadeira prioridade. Se der para o rival acrescentar algo na preparação canarinho, maravilha. Mas se isso não for possível, paciência.

Após a partida contra o Japão, o Brasil terá apenas mais uma data Fifa para se preparar para a Copa. Em setembro, o time de Tite deve enfrentar a Argentina, em jogo adiado das eliminatórias, e mais um adversário ainda indefinido (provavelmente mais um não-europeu).

A estreia tupiniquim no Qatar-2022 está marcada para o dia 24 de novembro, contra a Sérvia, em Lusail. Cabeça de chave do Grupo G, a equipe canarinho enfrentará também Suíça e Camarões na primeira fase.

O Mundial será disputado fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará em 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.

Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir da Copa seguinte, organizada por EUA, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.