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Por que o Japão parou de naturalizar brasileiros para reforçar sua seleção?
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Ruy Ramos, Wagner Lopes, Alex Santos, Túlio Tanaka. Durante muito tempo, assistir à partidas da seleção japonesa era quase que sinônimo de ver algum jogador nascido no Brasil em campo.
Mas esse processo de naturalização em massa de talentos do país pentacampeão mundial ficou lá no passado. Já faz 12 anos que os "Samurais", adversários da equipe de Tite no amistoso de amanhã, a partir das 7h20 (de Brasília), em Tóquio, não escalam sequer um atleta de origem tupiniquim.
O último foi Túlio Tanaka, um zagueiro nascido em Palmeira d'Oeste, no interior paulista, de família nipônica, que se mudou para a terra dos antepassados para jogar futebol ainda no ensino médio e construiu toda sua carreira por lá.
O defensor disputou 43 partidas pelo Japão e participou da Copa do Mundo-2010. Sua despedida da seleção foi justamente a eliminação naquele Mundial, do qual os japoneses se despediram com derrota nos pênaltis para o Paraguai, nas oitavas de final.
Desde então, os orientais romperam uma tradição que remontava ao início do futebol profissional no país (virada da década de 1980 para os anos 1990) e simplesmente pararam de convocar jogadores brasileiros.
E o motivo é muito simples: o Japão já não precisa mais tanto de reforços de origem estrangeira para tornar sua seleção competitiva quanto necessitava desses talentos importados até pouco tempo atrás.
Dos 28 jogadores convocados pelo técnico Hajime Moriyasu para os compromissos desta data Fifa (entre eles, o amistoso contra o Brasil), nada menos que 22 atuam em clubes da Europa.
Hoje em dia, os nipônicos contam com atletas na Premier League (Takumi Minamino, Takehiro Tomiyasu, Kaoura Mitoma e Ko Itakura), na La Liga (Take Kubo, Gaku Shibasaki) e na Serie A (o capitão Maya Yoshida).
Por isso, sobra pouco espaço na seleção para os destaques da J-League, a primeira divisão japonesa.
A competição conta atualmente com 52 jogadores brasileiros. Alguns deles já estão no país há pelo menos cinco anos, prazo solicitado pela Fifa para algum atleta adquirir uma nova cidadania, e até poderiam se naturalizar para tentar uma convocação. A questão é que, no cenário atual, dificilmente conseguiriam essa chance.
Em sua sétima participação consecutiva em Copas, o Japão deu azar e caiu no Grupo E do Qatar-2022, o único com a presença de dois campeões mundiais. Sua estreia será contra a Alemanha, no Khalifa International Stadium, em 23 de novembro. Espanha e o vencedor da repescagem entre Nova Zelândia e Costa Rica serão seus outros adversários na primeira fase.
Já o Brasil é o cabeça de chave do Grupo G. Sua primeira partida será contra a Sérvia, em Lusail, um dia após a estreia nipônica. Depois, enfrenta Suíça e Camarões para definir se avança ou não para os mata-matas decisivos.
O Mundial será disputado fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará em 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.
Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir da Copa seguinte, organizada por EUA, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
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