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Neymar corre risco de virar um 'novo Bale' e ficar encostado no PSG?
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O clube deseja loucamente se desfazer de um dos seus principais e mais caros jogadores porque acredita que ele não rende tudo que deveria em campo e nem se dedica tanto assim aos treinos. O atleta, por outro lado, aciona um modo "daqui não saio, daqui ninguém me tira" porque sabe que não conseguirá manter seu alto salário em outra equipe.
O momento atual vivido por Neymar no Paris Saint-Germain possui várias semelhanças com a reta final do conturbado relacionamento entre a estrela galesa Gareth Bale e o comando do Real Madrid.
Bale atuou durante nove temporadas no Santiago Bernabéu, foi decisivo em vários momentos e levantou nada menos que cinco títulos da Liga dos Campeões da Europa. Mas, pelo menos nos últimos três anos, era nítido que diretoria e torcedores já não o queriam mais por lá.
O galês até chegou a ser emprestado ao Tottenham (com salário pago pelo Real, evidentemente). Depois, teve de voltar à Espanha porque não encontrou nenhum clube disposto a pagar o mesmo que ele recebia.
Na última temporada, Bale só jogou sete partidas. Sua participação na Champions restringiu-se a sete minutos divididos entre dois jogos dos mata-matas decisivos. Para resumir: virou um "encostado" à espera do fim do seu contrato.
Com o encerramento do seu vínculo com o clube espanhol, o meia-atacante de 32 anos optou por se transferir para a MLS (Major League Soccer) norte-americana e assinou com o Los Angeles FC.
Mas será que Neymar corre risco de se transformar em um "novo Bale" e, por falta de opções profissionais que lhe agradem, acabar sendo deixado em um cantinho pelo PSG?
Em um primeiro momento, pelo menos, o desgaste da relação entre o camisa 10 e o clube francês ainda não parecer ser para tanto.
De acordo com reportagem publicada na semana passada pelo jornal espanhol "El Pais", o PSG realmente não gostaria de ver Neymar no seu elenco da próxima temporada e está disposto a negociá-lo nesta janela de transferências.
Também é sabido que o brasileiro, que tem vínculo com o clube por mais cinco anos, não está disposto a se mudar para outra equipe a menos que continue recebendo pelo menos o mesmo valor do seu salário atual (R$ 272,5 milhões), o segundo maior do futebol mundial, o que praticamente inviabiliza qualquer negócio.
A saída para esse impasse, ainda que provisória, seria um empréstimo do camisa 10 para outro clube do primeiro escalão europeu, com o PSG pagando a maior parte do salário. O lado ruim é que, na prática, os franceses acabariam financiando um reforço de peso para um dos seus rivais no cenário continental.
Mas se nada acontecer durante os próximos dois meses, período em que a janela estará aberta na França, e Neymar acabar permanecendo no PSG, não existem muitas razões para acreditar que ele será deixado de lado das escalações do técnico Christophe Galtier.
O primeiro motivo é técnico. Apesar do nítido declínio físico vivido nos últimos anos e de não ser mais a referência em campo do time francês, o brasileiro ainda faz diferença e resolve vários compromissos para os parisienses.
Apesar de todas as críticas que têm recebido, Neymar ainda foi o vice-artilheiro do PSG na temporada passada (13 gols) e o terceiro jogador que mais participou ativamente de jogadas que terminaram com a bola nas redes (21). Um nível de desempenho bem superior ao de Bale no Real.
Além disso, o camisa 10 ainda é uma peça importante no marketing do PSG. Mesmo que sua imagem esteja um pouco desgastada por conta do excesso de problemas físicos e da fama de exagerar na curtição, o meia-atacante continua sendo um jogador muito querido especialmente entre os mais jovens, fatia de público que o clube francês mais tem trabalhado para fidelizar e transformar em torcida.
Por tudo isso, é pouco provável que Neymar acabe se tornando uma versão brasileira de Bale. Ele pode sim vestir uma outra camisa na próxima temporada (Chelsea, Milan ou qualquer outro interessado). Mas se permanecer na França, não se transformará em um mero espectador de Mbappé, Messi e cia.
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