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Como o Barça, mesmo 'falido', conseguiu contratar Lewandowski e Raphinha
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"Não é só o Robert. Eles agora têm muitos novos jogadores. Sinceramente, não sei como isso é possível. É o único clube do mundo que pode contratar jogadores mesmo sem ter dinheiro. É meio estranho e doido."
O desabafo feito pelo técnico do Bayern de Munique, Julian Nagelsmann, depois de perder para o Barcelona seu jogador mais importante, o centroavante Robert Lewandowski, traz uma pergunta que todo o mundo do futebol está fazendo.
Como é possível que o Barça, um time atolado em dívidas e que, apenas um ano atrás, precisou se desfazer de Lionel Messi porque não tinha espaço na sua folha salarial para um craque desse porte, esteja contratando tanto nesta janela de transferências?
Os culés gastaram 58 milhões de euros (R$ 324,4 milhões) com o meia-atacante brasileiro Raphinha (ex-Leeds United) e mais 45 milhões de euros (R$ 251,8 milhões) para terem Lewandowski, um bicampeão do prêmio de melhor jogador do mundo ofertado pela Fifa.
Além disso, atraíram para a Espanha o zagueiro dinamarquês Andreas Christensen e o meia marfinense Franck Kessié, que ficaram sem contrato no Chelsea e no Milan, respectivamente.
E o presidente Joan Laporta ainda não está 100% satisfeito com os reforços que desembarcaram na Catalunha. O clube continua negociando com o Chelsea pelos laterais César Azpilicueta (direita) e Marcos Alonso (esquerda).
O Barcelona só conseguiu mergulhar com força em busca de reforços no Mercado da Bola porque conseguiu melhorar um pouco a sua situação econômica, pelo menos, a curto prazo.
O acordo com o Spotify irá injetar 440 milhões de euros (quase R$ 2,5 bilhões) em suas contas ao longo dos próximos 12 anos: são 280 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão) pelo acordo de patrocínio máster válido por quatro temporadas e mais 160 milhões de euros (R$ 893 milhões) pelos naming rights do Camp Nou até 2034.
Já a negociação de 25% dos seus direitos televisivos com a La Liga com um fundo de investimentos norte-americano rendeu mais 474,5 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões). E houve ainda um empréstimo de 155 milhões de euros (R$ 864,5 milhões).
Ou seja, por meio de contratos de marketing que não existiam até um ano atrás e de contestáveis manobras financeiras, a direção do Barcelona descolou um total de 1,1 bilhão de euros (R$ 6,1 bilhões) de dinheiro novo.
Se tivesse uma gestão mais conservadora (ou consciente, para não usar eufemismos), o clube catalão usaria essa a maior parte dessa grana para amenizar sua dívida, que já ultrapassou a casa do 1 bilhão de euros (R$ 5,6 bilhões).
Mas o Barça preferiu adotar um modelo que nós, acostumados com o futebol brasileiro, conhecemos muito bem. Adotar a filosofia de que a dívida é um problema para o futuro e continuar gastando "como se não houvesse amanhã".
A aposta da diretoria é que, se voltar a ter um time vencedor, o clube irá aumentar consideravelmente a sua arrecadação. Com isso, terá caixa suficiente para pagar o que deve (ou, pelo menos, as parcelas do que deve) sem precisar deixar de investir no futebol.
Mas esse é um tiro no escuro. Se a estratégia der errado, o Barcelona sairá desse período ainda mais endividado do que entrou e terá gasto boa parte da margem de negociação que possuía para tentar se reerguer.
Vice-campeão espanhol na temporada passada, o time blaugrana abre oficialmente sua participação em 2022/23 no dia 13 de agosto, contra o Rayo Vallecano, no Camp Nou, já pela primeira rodada da La Liga.
Por enquanto, a equipe dirigida por Xavi Hernández tem disputado amistosos preparatórios. Os culés empataram com o modesto Olot (1 a 1) e golearam por 6 a 0 a Inter Miami. Nesta madrugada, terá pela frente o clássico contra o Real Madrid. Depois, ainda enfrenta Juventus, New York Red Bulls e Pumas.
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