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Por que venda do Bahia para o City atrasou e deve ser anunciada neste mês?
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A tão alardeada venda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Bahia para o City Football Group está prestes a sair do papel.
O "Blog do Rafael Reis" apurou que o conglomerado dono do Manchester City e de outros dez clubes espalhados por quatro continentes espera anunciar até o fim do mês o seu projeto de entrada no futebol brasileiro.
O último entrave negocial que colocava em dúvida a concretização da parceria entre o atual terceiro colocado da Série B e o fundo financiado pelo dinheiro dos Emirados Árabes Unidos foi resolvido na semana passada.
O Bahia conseguiu renegociar uma dívida superior a R$ 100 milhões que tinha com o Banco Opportunity, decorrente dos oito anos (1998 e 2006) em que terceirizou seu departamento de oficial e teve o credor como administrador da sua equipe.
Com o acordo, o clube de Salvador terá de devolver "apenas" R$ 35 milhões ao banco, que serão repassados em parcelas mensais ao longo de sete anos.
O plano de pagamento foi aprovado pelo Grupo City. O conglomerado estava reticente em firmar um acordo com o Bahia antes desse acordo por temer que uma parte considerável do investimento que pretende fazer no clube acabasse sendo convertido para a quitação da dívida.
Foi esse o principal motivo para as negociações entre o Bahia e o conglomerado terem ficado travadas durante semanas e atrasado o cronograma original -inicialmente, a ideia era que a parceria fosse anunciada já no finalzinho no primeiro semestre.
O fundo deve adquirir 90% da SAF por R$ 650 milhões. O plano original é que esse aporte financeiro seja repassado ao clube até o fim de 2024. No entanto, é possível que aconteça um reposicionamento de prazos devido a alteração da data de começo da nova gestão.
Já está definido que, ao contrário do que aconteceu com outros times do conglomerado, como o Montevideo City (Uruguai) e o Melbourne City (Austrália), o Bahia não precisará mudar de nome e nem sofrerá drásticas mudanças na identidade visual.
Ou seja, não existe nenhuma possibilidade de ele ser rebatizado como Salvador City e de abdicar das cores vermelha e branca. O uniforme azul celeste, característico da empresa, pode até ser adotado em algumas partidas, mas sempre como opção às camisas já tradicionais, que continuarão sendo utilizadas.
O modelo será o mesmo adotado por Troyes (França) e Girona (Espanha), que, apesar de fazerem parte do rol dos investimentos do fundo árabe, mantiveram seus nomes, uniformes, cores e escudos originais. Ou seja, preservaram suas identidades próprias e apenas mudaram de administração depois que foram comprados.
O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou seis títulos da Premier League e chegou uma vez à decisão da Liga dos Campeões da Europa.
Contando todos os times da empresa, já são 47 taças levantadas em oito países diferentes. Só Lommel (Bélgica), Sichuan Jiuniu (China) e o recém-comprado Palermo (Itália) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".
O conglomerado iniciou os estudos para a entrada no futebol brasileiro no começo de 2020, quando teve uma reunião com dirigentes do Londrina. No ano seguinte, a administração do fundo conversou com o Atlético-MG. Mas o escolhido para o negócio ser concretizado acabou mesmo sendo o Bahia.
Caso o City vire mesmo o acionista majoritário do clube de Salvador, ele será o primeiro conglomerado que dirige um time realmente acostumado a brigar por títulos no primeiro escalão da Europa a ingressar no mercado brasileiro.
Quem dirige o Botafogo é John Textor, que é acionista minoritário do Crystal Palace, equipe que tradicionalmente ocupa o meio da tabela na Inglaterra. Já o dono do Vasco é o fundo 777 Partners, que está prestes a oficializar a compra e também controla do Genoa, rebaixado para a segunda divisão da Itália. E o Cruzeiro está nas mãos do ex-atacante Ronaldo Fenômeno, proprietário do Valladolid, recém-promovido para a elite espanhola.
Há ainda o caso do Red Bull Bragantino, que pertence à mesma empresa dona de Leipzig (Alemanha), Salzburg (Áustria) e New York (Estados Unidos). Apesar de suas equipes já terem feito várias campanhas expressivas até mesmo no cenário internacional, os troféus mais expressivos conquistados por elas foram do não tão expressivo assim Campeonato Austríaco.
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