Ronaldo afasta fama de 'muquirana' e vai às compras com clube espanhol

Os torcedores de Cruzeiro e Valladolid, os dois clubes que pertencem a Ronaldo Fenômeno, são quase unânimes na hora de descrever o ex-atacante da seleção brasileira como um proprietário que não é muito chegado em investimentos pesados para descolar reforços para os seus times.

Mas, pelo menos na atual janela de transferências da Espanha, o segundo maior artilheiro da história das Copas do Mundo (15 gols) está conseguindo aliviar um pouco essa fama de "muquirana".

Perdeu? A gente mostra de novo

Elenco do Flamengo já soma 434 jogos de seleção; confira ranking por times

Mercado da Bola movimenta R$ 20,6 bi; conheça os 10 brasileiros mais caros

Por que venda do Bahia para o City atrasou e deve ser anunciada neste mês?

Pela primeira vez desde que assumiu o controle acionário do Valladolid, no segundo semestre de 2018, o clube está gastando mais para atrair novos jogadores do que faturando com vendas dos atletas em um mercado da bola de pré-temporada (junho/julho/agosto).

Até o momento, os Blanquivioletas utilizaram 4,3 milhões de euros (R$ 22,8 milhões) para a compra de diretos econômicos de caras novas para o técnico Pacheta nesta janela. Por outro lado, arrecadaram só 1 milhão de euros (R$ 5,3 milhões) com transferências para os outros clubes.

Pode parecer pouco, mas, na soma das temporadas anteriores, o Valladolid havia faturado 28,9 milhões de euros (R$ 153,5 milhões) com negociações de jogadores e reinvestido menos da metade desse valor (13,3 milhões de euros, ou R$ 70,6 milhões) em melhorias do elenco. Ou seja, há em andamento uma mudança expressiva de gestão.

Para 2022/23, o clube espanhol conseguiu atrair alguns nomes relativamente conhecidos no cenário europeu, como o goleiro Sergio Asenjo (ex-Villarreal), o zagueiro Sergio Escudero, que jogou no Sevilla, e o meia Monchu, revelado nas categorias de base do Barcelona.

Também comprou os direitos econômicos da revelação equatoriana Gonzalo Plata, que já estava na equipe por empréstimo na temporada passada, mas ainda mantinha vínculo com o Sporting. E chegou a sondar a possibilidade de contratar os astros veteranos Daniel Alves (agora no Pumas-MEX) e Marcelo (ainda sem clube).

A mudança de comportamento de Ronaldo à frente do Valladolid tem dois motivos principais.

O primeiro é que, depois de ser rebaixado para a segunda divisão na temporada anterior, o clube conseguiu a promoção de volta à elite do Campeonato Espanhol. Com isso, terá um aumento expressivo de receitas, mas também precisa montar um elenco mais qualificado para não fazer feio contra os Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madri da vida.

Além disso, o Valladolid tem hoje uma situação financeira bem mais estável do que quando foi adquirido por Ronaldo, cenário que permite investimentos maiores na chegada de reforços.

Ter assumido um clube totalmente deficitário e que havia passado até por um processo de recuperação judicial há poucos anos e tê-lo transformado em uma equipe superavitária (que arrecada mais do que gasta) e com dívidas totalmente sob controle é o maior orgulho da gestão do cartola brasileiro.

O Fenômeno é dono de 82% das ações da equipe espanhola e também ocupa o cargo de presidente da agremiação. Desde que assumiu o comando da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Cruzeiro, o ex-atacante tem passado menos tempo na Espanha, o que inclusive tem gerado críticas dos torcedores do seu time de lá.

O Valladolid abre sua participação no Espanhol no dia 13, contra o Villarreal, em casa. Antes, ainda tem mais um confronto preparatório da sua pré-temporada, neste sábado, frente à Lazio.

No total, a equipe de Ronaldo já disputou quatro amistosos para encontrar o melhor entrosamento possível para o seu retorno à La Liga. E o saldo tem sido bem positivo: foram três vitórias (Atlético Tordesillas, Unionistas de Salamanca e Ponferradina) e um empate (Burgos).