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Por que Bragantino foge da regra Red Bull e não vende ninguém ao exterior?
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A Red Bull não esconde de ninguém como funciona o seu projeto futebolístico: a ideia é construir uma rede de observação muito bem estruturada para garimpar jovens talentosos, contratá-los por um precinho baixo, deixá-los jogar por pouco tempo em seus times e depois negociá-los por uma bela grana para obter lucro no processo e fazer o sistema se autoalimentar.
É assim que se comportam o RB Leipzig, atual campeão da Copa da Alemanha, o Red Bull Salzburg, ganhador das últimas nove edições do Campeonato Austríaco, e, com algumas adaptações, o New York Red Bulls, três vezes dono da melhor campanha da temporada regular da MLS (Major League Soccer).
O Red Bull Bragantino, que desde 2019 é o representante brasileiro no conglomerado bancado pela empresa de energéticos, também deveria funcionar dessa forma. Mas não é o que está acontecendo.
Apesar de ter obtido o sucesso esportivo esperado, com acesso e consolidação na primeira divisão do Campeonato Brasileiro e participações nas copas Libertadores da América e Sul-Americana, a equipe do interior paulista tem deixado a desejar em outro departamento igualmente importante para o seu proprietário: as vendas de jogadores.
Em mais de três anos de parceria, o projeto, cuja aspiração é justamente negociar atletas pelo maior valor possível com o futebol europeu, só conseguiu fazer um grande negócio com o Velho Continente: a ida do meia-atacante Claudinho para o Zenit São Petersburgo, selada em 2021, por 12 milhões de euros (R$ 62,5 milhões).
Além da transação do seu antigo camisa 10, o Bragantino também ganhou uma graninha (2,5 milhões de euros, ou R$ 13 milhões) com a transferência do zagueiro Fabrício Bruno para o Flamengo, em fevereiro.
De acordo com o "Transfermarkt", site especializado na cobertura do Mercado da Bola, a filial brasileira da Red Bull investiu desde o início do projeto 58,1 milhões de euros (R$ 302,7 milhões) na compra de direitos econômicos de jogadores para o seu time profissional. Mas só conseguiu recuperar 14,5 milhões de euros (R$ 75,5 milhões) com a venda de atletas.
Esse fenômeno não está acontecendo por decisão da diretoria para uma suposta manutenção de elenco forte, mas sim porque as jovens promessas que o Bragantino garimpou aqui no Brasil e no resto do continente simplesmente não estão despertando interesse do mercado externo.
O atacante Artur, por exemplo, que foi contratado do Palmeiras quando tinha 21 anos e era para ser o carro-chefe do modelo de negócios do clube, chegou até a ser especulado no Bahia. Mas uma proposta oficial realmente interessante jamais chegou a Bragança Paulista.
Já o zagueiro e capitão Léo Ortiz até apareceu em convocações da seleção brasileira. No entanto, como já tem 26 anos, uma idade alta para se chegar à Europa, seu mercado internacional encolheu bastante.
A aposta do momento da Red Bull para reverter essa tendência e começar a colocar as contas em dia é o zagueiro Natan. O defensor teve seu nome ligado a possíveis transferências para Hellas Verona e Roma e ainda aguarda uma oferta suficientemente boa para ser negociado nesta janela de transferências.
Depois de disputar neste ano a primeira edição da Libertadores da sua história (foi eliminado ainda na fase de grupos e venceu apenas uma partida), o Bragantino está novamente na briga para se classificar para a principal competição interclubes do continente.
O próximo compromisso dos comandados de Maurício Barbieiri no Brasileiro está marcado para domingo, contra o Ceará, em casa.
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