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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Ex-técnico do Inter tem pior campanha e melhor trabalho da vida no Vélez

Cacique Medina comanda o Vélez Sarsfield desde maio - Divulgação
Cacique Medina comanda o Vélez Sarsfield desde maio Imagem: Divulgação

31/08/2022 04h00

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Treinador do Internacional no começo da temporada, o uruguaio Alexander Medina faz no Vélez Sarsfield o pior trabalho da sua carreira como treinador. Mesmo assim, está a apenas três partidas de conquistar o seu maior feito desde que começou a dirigir equipes de futebol.

Ao mesmo tempo em que inicia hoje (às 21h30, de Brasília) a disputa da semifinal da Copa Libertadores da América, contra o Flamengo, em Buenos Aires, o Cacique amarga uma campanha desastrosa no Campeonato Argentino.

Em 16 rodadas da liga nacional, seu Vélez conseguiu vencer apenas uma partida. Com isso, ocupa a penúltima colocação entre 28 clubes participantes. O rebaixamento para a segunda divisão só não é um risco real porque ele é definido com base na média acumulada ao longo das últimas três temporadas, não apenas por uma campanha, ao contrário do que acontece na maior parte do mundo.

Desde que desembarcou no El Fortín, no finalzinho de maio, Cacique Medina dirigiu a equipe em 21 oportunidades. Nesse período, obteve cinco vitórias, dez empates e seis derrotas. Na prática, isso significa um aproveitamento de 39,7% dos pontos disputados, o pior da sua carreira.

Nem mesmo na sua passagem meteórica pelo futebol brasileiro, no primeiro semestre deste ano, o técnico uruguaio havia acumulado resultados tão ruins. Demitido do Inter depois de apenas três meses no cargo, ele se despediu do Beira-Rio com 47,4% dos pontos conquistados e uma eliminação nas semifinais do Campeonato Gaúcho nas costas.

A questão é que, apesar da baixa frequência de resultados positivos do ex-comandante colorado, seu Vélez tem vencido as "partidas certas". Foi assim contra o favorito River Plate, nas oitavas de final da Libertadores, e também no cruzamento com o Talleres, nas quartas.

Graças a essas vitórias, Cacique Medina alcançou as semifinais do torneio continental, o feito mais impactante de toda a sua carreira. E, caso se dê bem nas três últimas partidas da competição, conquistará o seu primeiro título internacional -foi apenas campeão uruguaio, com o Nacional (URU), time no qual estreou na função de técnico.

O Vélez é o único time não-brasileiro ainda vivo na disputa da Libertadores-2022 e tem o objetivo de impedir que o Brasil repita o que só conseguiu fazer entre 2010 e 2013 (com Internacional, Santos, Corinthians e Atlético-MG): emendar quatro conquistas consecutivas.

Apesar da hegemonia recente do futebol pentacampeão mundial na competição continental, com os títulos de Flamengo (2019) e Palmeiras (2020 e 2021), ainda é a Argentina quem ocupa a primeira colocação no ranking histórico de títulos. Os compatriotas de Lionel Messi ergueram o troféu em 25 oportunidades, quatro a mais do que os conterrâneos de Neymar.

Como já vem acontecendo desde 2019, a final do torneio mais importante da América do Sul será novamente disputada em jogo único. Desta vez, a decisão está programada para o dia 29 de outubro, no estádio Monumental de Guayaquil, no Equador.

O vencedor do continental representará o continente na próxima edição do Mundial de Clubes, que ainda não tem local nem data para acontecer (não poderá ser disputada em dezembro por conta da Copa do Qatar-2022). Três times já estão classificados para o torneio da Fifa: Real Madrid, Wydad Casablanca e Seattle Sounders.

Medina em números

Nacional-URU (2018): 66,7% de aproveitamento
Talleres-ARG (2019 a 2021): 56,4% de aproveitamento
Internacional (2022): 47,1% de aproveitamento
Vélez Sarsfield-ARG (desde 2022): 39,7% de aproveitamento