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O que Tite viu nos zagueiros 'italianos' chamados pela 1ª vez para seleção?
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A última convocação da seleção brasileira antes da divulgação dos 26 jogadores que vão disputar a Copa do Mundo do Qatar apresentou duas novidades.
Os zagueiros Bremer (Juventus) e Roger Ibañez (Roma), que nunca haviam sido chamados para defender a equipe canarinho adulta, foram relacionados por Tite para os amistosos contra Gana e Tunísia, no fim deste mês, na França.
A presença de dois defensores inéditos na lista são a prova de que o comandante do time pentacampeão mundial ainda não definiu quem serão os zagueiros que ele levará para o Qatar.
Os titulares Marquinhos (Paris Saint-Germain) e Thiago Silva (Chelsea), assim como o reserva imediato Éder Militão (Real Madrid), são nomes certos na convocação para a Copa. Mas a quarta vaga, que parecia encaminhada para ser de Gabriel Magalhães (Arsenal), já não tem mais um dono tão assegurado assim.
Não que o zagueiro que atua no líder do Campeonato Inglês e que foi ignorado desta convocação esteja fora do páreo. Mas agora ele verá Tite analisar e testar outras duas opções que podem tirá-lo do Mundial.
A questão é por que o treinador da seleção resolveu experimentar justamente Bremer e Ibañez, e não outros zagueiros que foram convocados ao longo do ciclo, como Felipe (Atlético de Madri) ou Léo Ortiz (Red Bull Bragantino)?
O principal motivo é a regularidade que a dupla vem mostrando no futebol italiano. Segundo o "WhoScored?", site que avalia o desempenho dos jogadores nos principais campeonatos da Europa a partir das estatísticas colhidas em campo, as novas opções do Brasil não tiveram nenhuma nota abaixo de 6 nesta temporada.
Para Tite, esse é um fator essencial para a escolha dos seus zagueiros reservas. Como eles provavelmente não serão utilizados por tanto tempo na Copa, é menos importante que atuem na construção das jogadas e que sejam decisivos em jogadas aéreas. O básico é que sejam confiáveis e não cometam muitas falhas.
Apesar de já ter anunciado que deixará a seleção depois do Qatar-2022, o treinador também mostra uma preocupação com o legado que deixará. Bremer (25 anos) e Ibañez (23) são jovens e provavelmente farão parte do próximo ciclo. Se um deles já tiver a experiência de uma Copa no currículo, melhor para o "professor" que herdar a equipe canarinho.
Por fim, há mais dois fatores que não podem ser esquecidos. Bremer completa cinco anos de Itália em 2023 e aí poderá requerer a cidadania do país onde reside. Ibañez é filho de mãe uruguaia e está apto para ser convocado pela seleção de Luis Suárez e Edinson Cavani. Ou seja, utilizá-los logo é também uma forma de não perdê-los para outro time nacional.
Ibañez também tem uma polivalência que pode ser interessante no Qatar. Zagueiro de origem, ele também pode quebrar o galho como lateral direito. E essa é justamente a posição que mais tem dado dor de cabeça para Tite, tanto que optou por nem convocar um reserva para Danilo nesta série de amistosos.
Se repetir essa decisão, ele precisará de zagueiros que possam atuar no setor, como o camisa 3 da Roma e também Militão, que jogava assim no São Paulo, antes de se transferir para a Europa.
Líder do ranking da Fifa e novamente credenciada como uma das favoritas ao título, a seleção encerra sua preparação para a Copa-2022 com os amistosos contra Gana, em 27 de setembro, em Le Havre, e Tunísia, quatro dias mais tarde, no Parc des Princes, em Paris.
A estreia do Brasil no Mundial está marcada para o dia 24 de novembro, contra a Sérvia, em Lusail. Cabeça de chave do Grupo G, a equipe canarinho enfrentará também Suíça e Camarões na primeira fase.
A Copa do Qatar será disputada fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará em 20 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.
Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizada por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
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