Time do rei Charles 3º está na 2ª divisão e não 'ganha nada' há 108 anos

Os integrantes da família real britânica não costumam se posicionar sobre temas que possam causar alguma divisão entre seus súditos. Uma prova disso é que a rainha Elizabeth 2ª, ao longo de 70 anos no trono, jamais tornou público o seu time de futebol preferido -especula-se que ela era torcedora do West Ham ou do Arsenal.

Mas seu filho primogênito não adotou a mesma discrição. Charles 3º, o novo monarca do Reino Unido, já deixou claro qual é o seu clube preferido. E ele não é nenhum daqueles que costumam brigar temporada após temporada pelo título da Premier League.

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O soberano de Inglaterra, Escócia, Gales, Irlanda do Norte e dos outros países membros da Commonwealth é torcedor do Burnley, equipe rebaixada para a segunda divisão inglesa em 2021/22 e que iniciou a rodada deste fim de semana na quinta colocação da Championship.

A revelação foi feita pelo próprio Charles em 2012. O então príncipe herdeiro participava de um evento beneficente do British Asian Trust, um grupo que ele mesmo criou para combater a pobreza no sul da Ásia, quando foi questionado por vários filantropos sobre sua opção futebolística.

O agora rei britânico decidiu não apelar para a neutralidade tradicional da sua família e abriu o jogo.

"Alguns de vocês perguntaram esta noite se eu torço para um clube britânico de futebol e eu disse: 'Sim, Burnley'", afirmou.

"E as pessoas responderam 'Burnley?' Ah, sim, porque o Burnley passou por momentos muito desafiadores e estou tentando encontrar maneiras de ajudar a regenerar e aumentar as aspirações e a autoestima naquela região", completou.

Apesar de ter sido um dos 12 clubes que fundaram o Campeonato Inglês, em 1888, o time de coração do rei Charles 3º não tem uma história muito rica em resultados esportivos.

O time do condado de Lancashire nunca venceu a primeira divisão da liga nacional (ganhou a segundona em duas oportunidades) e conquistou seu único título realmente relevante, a Copa da Inglaterra, há mais de um século, lá na temporada 1913/14.

Além disso, o Burnley chegou a ficar afastado da elite do futebol inglês por quase duas décadas. Depois do rebaixamento em 1976/77, a equipe foi parar até na quarta divisão até conseguir disputar a Premier League em 1994/95... e cair novamente na temporada de retorno.

Mas a escassez de grandes desempenhos futebolísticos não significa que o clube tenha uma história insignificante. Muito pelo contrário.

Ainda no século 19, o Burnley foi um dos primeiros clubes do planeta a adotar o profissionalismo e pagar salários para os seus jogadores. Na década de 1960, foram novamente pioneiros na construção de um centro de treinamentos, o que deixou o estádio Turf Moor exclusivo para suas partidas, uma novidade na época.

Desde que tornou sua preferência pública, o agora rei Charles 3º tem sido uma figura razoavelmente presente nas partidas do Burnley como mandante. O integrante da realeza britânica ganhou da diretoria um ingresso VIP vitalício para ter acesso total à arena.

O monarca do Reino Unido não é o único integrante da família real que quebrou a tradição de Elizabeth 2ª. Seu filho mais velho e agora primeiro nome na linha de sucesso ao trono, príncipe William também tem uma preferência nos gramados que a Inglaterra toda conhece. Presidente da FA (Federação Inglesa de Futebol), o príncipe de Gales é torcedor do Aston Villa, que, curiosamente, utiliza as mesmas cores do Burnley: grená e azul celeste.

Por conta da morte de Elizabeth 2ª, no dia 8 de setembro, o calendário do Inglês tem sido impactado. Os jogos que estavam originalmente marcados para o último fim de semana, válidos pela sétima rodada, foram adiados devido ao luto oficial decretado no país.

Três partidas da oitava rodada, prevista para este fim de semana, também foram remarcadas porque o policiamento estará concentrado no funeral da rainha. Brighton x Crystal Palace (ontem), Chelsea x Liverpool e Manchester United x Leeds (hoje) serão disputados em uma data ainda indefinida.