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O que esperar do Bahia sob comando dos donos do Manchester City?
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Dono do Manchester City e de outros dez clubes espalhados por quatro continentes, o City Football Group está com passagem comprada para desembarcar no futebol brasileiro.
Mas o que esperar da primeira empreitada de um dos conglomerados futebolísticos mais importantes e poderosos do planeta na terra pentacampeã mundial da modalidade? E qual será o destino do time tricolor sob administração árabe?
A comparação mais óbvia possível é com o Red Bull Bragantino, que também é a filial brasileira de uma empresa que possui times de futebol em vários países (Áustria, Alemanha e Estados Unidos, no caso).
De fato, há algumas semelhanças entre os dois projetos. Os dois grupos resolveram vir ao Brasil com o objetivo principal de aproveitar a fertilidade da nação para encontrar e desenvolver jovens talentos e depois enviá-los às suas equipes principais na Europa ou descolar um bom dinheiro com vendas para o exterior.
Só que, ao contrário do Red Bull, que trabalha quase que exclusivamente com essa meta, a ambição futebolística do Grupo City é bem maior.
A grande prova disso é que seus mais diferentes clubes já conquistaram 47 títulos desde a fundação do conglomerado. Só Lommel (Bélgica), Sichuan Jiuniu (China) e o recém-comprado Palermo (Itália) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".
No Brasil, especificamente, a ideia do City é primeiro consolidar o Bahia na primeira divisão (atualmente, briga pelo acesso na Série B) e depois colocá-lo no grupo dos dez melhores times do país. Não há pretensão de anualmente fazer frente a Palmeiras e Flamengo, por exemplo, mas sim de eventualmente brigar por um ou outro título relevante.
Para isso, o elenco tricolor deve ser formado por uma mescla de três tipos de jogadores: jovens promessas brasileiras que já pertencem ao conglomerado e hoje estão espalhadas pelo mundo, garotos comprados de outros clubes nacionais sul-americanos com bom potencial de revenda e atletas mais consagrados, capazes de formar uma base que competitiva.
O fundo árabe irá adquirir 90% da SAF por R$ 650 milhões. O plano original é que esse aporte financeiro seja repassado ao clube até o fim de 2024. No entanto, é possível que aconteça um reposicionamento de prazos devido aos atrasos no começo da parceria, que era para ter saído do papel já no meio deste ano.
Já está definido que, ao contrário do que aconteceu com outros times do conglomerado, como o Montevideo City (Uruguai) e o Melbourne City (Austrália), o Bahia não precisará mudar de nome e nem sofrerá drásticas mudanças na identidade visual.
Ou seja, não existe nenhuma possibilidade de ele ser rebatizado como Salvador City (uma piada recorrente nas redes sociais) e de abdicar das cores vermelha e branca. O uniforme azul celeste, característico da empresa, pode até ser adotado em algumas partidas, mas sempre como opção às camisas já tradicionais, que continuarão sendo utilizadas.
O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou seis títulos da Premier League e chegou uma vez à decisão da Liga dos Campeões da Europa.
O conglomerado iniciou os estudos para a entrada no futebol brasileiro no começo de 2020, quando teve uma reunião com dirigentes do Londrina. No ano seguinte, a administração do fundo conversou com o Atlético-MG. Mas o escolhido para o negócio ser concretizado acabou mesmo sendo o Bahia.
Com mais oito jogos para o encerramento da temporada, o time de Salvador ocupa a terceira colocação da Série B. Os comandados de Enderson Moreira têm 51 pontos, seis a mais que o Londrina, quinto, primeira equipe fora da zona de acesso. O adversário deste sábado é o Operário (PR), em casa.
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