Após o Bahia, quais devem ser os próximos clubes a receber dinheiro gringo?

Depois de Bragantino (Red Bull), Botafogo (John Textor) e Vasco (777 Partners), o Bahia será o próximo clube importante a profissionalizar seu departamento de futebol e entregá-lo aos cuidados de um investidor estrangeiro.

A proposta de constituição e venda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) da equipe tricolor para o Grupo City foi apresentada na última sexta-feira (23) e deve ser votada nas próximas semanas para entrar em vigor na virada do ano.

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Duas coisas já são certas: o conglomerado dono do Manchester City e de outros dez clubes espalhados por quatro continentes não será o último fundo de investimentos de outro país a ingressar no futebol brasileiro e nem o Bahia não será a derradeira equipe relevante do cenário nacional a abrir suas portas para essa injeção de dinheiro.

Vários times conhecidos no cenário nacional estão no processo de formação de suas SAFs, alguns ainda na etapa de estudos, outros já com medidas práticas em andamento e uns poucos com tudo legalmente concretizado, como, por exemplo, América-MG, Coritiba, Atlético-GO e Fluminense.

De acordo com apuração feita pelo "Blog do Rafael Reis", os clubes que estão na frente na corrida por um investidor vindo do exterior são o Athletico-PR, finalista da Copa Libertadores da América, e o Atlético-MG, atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil.

Os paranaenses iniciaram a busca ativa por possíveis parceiros ainda no começo do ano. Em fevereiro, o CEO de negócios de futebol Alexandre Mattos viajou para Dubai para se encontrar com representantes de fundos internacionais que poderiam investir no clube.

O presidente do Athletico Mario Celso Petraglia já disse ter "várias propostas em mãos" e que estava esperando que alguma delas chegasse à quantia imaginada pela diretoria para concretizar a venda. A expectativa é que, com o sucesso nesta edição da Libertadores, os valores ofertados subam e alcancem o patamar desejado.

Os mineiros também não começaram ontem a busca por investidores. Ainda no ano passado, antes do Grupo City iniciar as conversações com o Bahia, eles receberam representantes do fundo árabe e até saíram dessa reunião com uma proposta.

Mas as conversas sobre a SAF alvinegra se intensificaram nas últimas semanas, a ponto de o técnico Cuca chegar a dizer em uma entrevista coletiva que não sabe se os novos donos do clube terão interesse na sua permanência.

No caso do Atlético-MG, ainda não se sabe se o investimento será de algum grupo local ou virá do exterior. De acordo com o jornal mineiro "O Tempo", a Fenway Sports, holding que é proprietária do Liverpool, é uma das candidatas a assumir o futebol do Galo.

O acordo entre Bahia e Grupo City é pela venda de 90% da SAF do clube por R$ 1 bilhão. Esse dinheiro terá de ser investido ao longo de 15 anos e já inclui a verba que será disponibilizada para contratação de jogadores e melhorias no elenco.

Também está definido que, ao contrário do que aconteceu com outros times do conglomerado, como o Montevideo City (Uruguai) e o Melbourne City (Austrália), o Bahia não precisará mudar de nome e nem sofrerá drásticas mudanças na identidade visual.

Ou seja, não existe nenhuma possibilidade de ele ser rebatizado como Salvador City (uma piada recorrente nas redes sociais) e de abdicar das cores vermelha e branca. O uniforme azul celeste, característico da empresa, pode até ser adotado em algumas partidas, mas sempre como opção às camisas já tradicionais, que continuarão sendo utilizadas.

Após a apresentação da proposta do Grupo City, os conselhos deliberativo e fiscal do Bahia terão de dar um parecer a respeito da parceria. Mas quem irá decidir pela aprovação ou reprovação da terceirização do departamento de futebol será a assembleia de sócios, a ser convocada em uma data ainda indefinida.

Além dos clubes citados no primeiro parágrafo desta reportagem, o Cruzeiro também é uma força relevante do futebol brasileiro que tem sua equipe administrada por alguém de "fora do clube". Mas, ao contrário dos outros times, seu investidor não veio do exterior.

Quem dá as cartas por lá é o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, que já descolou o retorno do time à primeira divisão nacional (lidera a Série B com 68 pontos, 23 a mais que o Londrina, primeiro fora da zona de acesso).