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Na final da Sul-Americana, Del Valle tem folha salarial de clube da Série C
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Vice-campeão da Libertadores em 2016, vencedor da Copa Sul-Americana em 2019 e adversário do São Paulo em mais uma decisão da segunda competição interclubes mais importante da Conmebol, hoje, a partir das 17h (de Brasília), em Córdoba (ARG), o Independiente del Valle já cavou um espaço no grupo dos times mais temidos do continente.
E o clube equatoriano conseguiu virar um incômodo para forças do porte de Palmeiras, Flamengo, River Plate e Boca Juniors mesmo tendo uma folha salarial inferior à de equipes que disputam a Série C do Campeonato Brasileiro.
O "Blog do Rafael Reis" apurou que o orçamento para remuneração de jogadores do time dos subúrbios de Quito nesta temporada não passa de US$ 1,5 milhão (R$ 7,9 milhões). Ou seja, está na casa de US$ 125 mil (R$ 661 mil) por mês.
Todos os 20 clubes da Série A possuem folhas superiores à do Del Valle. Aliás, vários jogadores em ação na primeira divisão nacional ganham sozinhos mais do que isso. E as principais estrelas da competição, como Dudu (Palmeiras), Gabigol e Arturo Vidal (Flamengo), têm ordenados que são pelo menos o dobro do que gasta a equipe equatoriana.
Mesmo na segundona brasileira, são raros os clubes que gastam menos com pagamentos para o elenco do que o adversário do São Paulo na decisão desta edição da Sul-Americana. E há até times na terceira divisão que superam o orçamento do finalista.
O Botafogo de Ribeirão Preto (SP), por exemplo, um dos times que conquistaram o acesso na Série C deste ano, encerrou o campeonato gastando cerca de R$ 700 mil por mês. Os gastos do Mirassol, outra equipe promovida, também estão nesse patamar.
O Del Valle conta com jogadores, alguns até titulares, que não ganham mais de US$ 1.500 (R$ 8.000) mensais. Os salários um pouco mais altos, que ultrapassam os US$ 10 mil (R$ 53 mil), ficam restritos a alguns poucos destaques do time, como o meio-campista Júnior Sornoza, ex-Corinthians e Fluminense.
Apesar do sucesso que tem feito no cenário sul-americano o time dirigido pelo técnico Martín Anselmi nem possui a maior folha de pagamentos do futebol equatoriano. Os tradicionais Barcelona de Guayaquil e Emelec gastam mais com salários do que ele.
Isso se deve à uma decisão filosófica do Del Valle. Quase metade do orçamento do clube é gasto com a formação de novos jogadores. Não à toa, os equatorianos já disputaram três finais da Libertadores sub-20: foram campeões em 2020 e vice em 2018 e 2022.
Algumas das suas crias já estão disputando campeonatos importantes na Europa. O volante Moisés Caicedo é titular do Brighton, sensação da Premier League inglesa. O zagueiro Joel Ordóñez joga no Brugge, representante da Bélgica nesta edição da Liga dos Campeões.
Outros meninos ainda estão no Del Valle e são os responsáveis pelo clube, mesmo gastando muito pouco, continuar obtendo resultados expressivos dentro da América do Sul.
Ao contrário do que acontece na Libertadores, que verá nesta temporada seu quarto título consecutivo de um clube brasileiro (Athletico-PR ou Flamengo), o futebol pentacampeão mundial não tem conseguido repetir essa mesma hegemonia na Sul-Americana.
A terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho levantou o troféu em apenas uma das últimas três edições do torneio, no ano passado, quando houve uma decisão nacional entre o campeão Athletico-PR e o vice Red Bull Bragantino.
O rubro-negro de Curitiba é, aliás, a única equipe brasileira que já venceu a competição número 2 da Conmebol em duas oportunidades (2018 e 2021). Além dele e do São Paulo, Internacional (2008) e Chapecoense (2016, a pedido do Atlético Nacional, que abriu mão da final após o acidente aéreo que vitimou o elenco da equipe catarinense) faturaram a taça.
Com cinco títulos, o Brasil é o segundo país com mais conquistas da Sul-Americana. O recorde pertence à Argentina, com nove vitórias. Equador (2), Colômbia, México, Chile e Peru (uma vez cada) também já foram condecorados.
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