Topo

Rafael Reis

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que a Espanha deve ir à Copa-2022 sem Sergio Ramos, Thiago e De Gea?

Sergio Ramos era capitão da Espanha até antes da Euro-2020 - Getty Images
Sergio Ramos era capitão da Espanha até antes da Euro-2020 Imagem: Getty Images

03/10/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

David de Gea é titular absoluto da meta do Manchester United. Sergio Ramos não só conquistou espaço no miolo de zaga do Paris Saint-Germain, como se tornou uma espécie de capitão sem braçadeira do time. E Thiago Alcântara tem lugar cativo no meio-campo do Liverpool.

Apesar de ainda serem jogadores de destaque de alguns dos clubes mais importantes do planeta e de terem longa experiência internacional na bagagem, o trio dificilmente defenderá as cores da Espanha na Copa do Mundo do Qatar-2022.

Nenhum deles foi chamado por Luis Enrique para os compromissos da Roja na última Data Fifa (derrota por 2 a 1 para a Suíça e vitória por 1 a 0 sobre Portugal, pela Liga das Nações). E não há muitos sinais que indicam que o treinador mudará radicalmente de ideia na divulgação da sua próxima convocação (a definitiva para o Mundial).

Os três trintões vêm sendo preteridos pelo ex-comandante do Barcelona, que decidiu realizar um profundo processo de renovação da seleção e priorizar garotos como os meias Gavi (18 anos) e Pedri (19), além os atacantes Nico Williams (20) e Yeremy Pino (19).

O resultado desse rejuvenescimento é que a última convocação espanhola conta com apenas cinco jogadores que já possuem a experiência de ter disputado uma Copa: os laterais Dani Carvajal, César Azpilicueta e Jordi Alba, o volante Sergio Busquets e o meia Koke.

De Gea, que quatro anos atrás era o titular, perdeu espaço depois de seguidas atuações decepcionantes com a camisa da seleção. Hoje, na avaliação de Luis Enrique, ele é uma espécie de quarto goleiro e só irá ao Mundial se uma das três principais opções (Unai Simón, Robert Sánchez e David Raya) estiver indisponível.

O caso de Sergio Ramos é um pouco diferente. Ele sempre rendeu bem com a camisa da Espanha e até era o capitão da equipe no início da gestão do treinador.

No entanto, o defensor se machucou pouco antes da Euro-2020, passou uma temporada inteira praticamente sem jogar no PSG e acabou vendo outros jogadores mais jovens da posição tomarem seu espaço na equipe nacional. Agora, mesmo com sua recuperação física e técnica, não conseguiu convencer Luis Enrique a recolocá-lo no elenco.

Já Thiago nunca foi muito chegado do treinador. Apesar de reconhecer sua capacidade técnica, o treinador espanhol considera que falta capacidade física ao jogador do Liverpool para jogar com a intensidade que seu estilo de jogo baseado na marcação alta e na ideia de perde e pressiona exige.

A maior prova disso é que o filho de Mazinho já foi reserva na Euro (nem chegou a jogar nem 70 minutos na soma de todas as partidas) e não voltou a mais ser convocado desde o encerramento da competição. Os inúmeros problemas musculares que o meia costuma sofrer também não ajudam a mudar esse cenário.

A Espanha inicial sua participação no Mundial do Qatar em 23 de novembro, contra Costa Rica, no estádio Al Thumama, em Doha. Na sequência, enfrenta Alemanha (dia 27) e Japão (1º de dezembro) para definir os classificados do Grupo E.

Campeã em 2010, a Roja vem de campanhas decepcionantes nas duas últimas edições da competição. No Brasil-2014, quando era vista como uma das favoritas ao bi, foi eliminada ainda na primeira fase. Quatro anos mais tarde, até avançou para os playoffs, mas não aguentou a Rússia nas oitavas de final.

A Copa-2022 será disputada fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará em 20 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.

Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizada por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.