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No 16º clube da carreira, ex-São Paulo 'explode' e ganha apelido de Neymar
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São Paulo, Ponte Preta, Penapolense, Boa Esporte, Santos, Guaratinguetá, Albirex Niigata (JAP), Náutico, Chungju Hummel (CDS), Tubarão, Luverdense, Novorizontino, Oeste, Zorya Lugansk (UCR), Slovan Bratislava (ESQ) e, finalmente, Toulouse (FRA).
Aos 26 anos, Rafael Ratão precisou passar por 16 clubes de seis países diferentes até conquistar o direito de ser chamado por um apelido que certamente gera aquele sentimento de orgulho em qualquer jogador de futebol que ralou muito durante a carreira: Neymar.
Para a torcida do Toulouse, campeão da segunda divisão francesa na temporada passada e que voltou a disputar a Ligue 1 em 2022/23 após dois anos de ausência, o meia-atacante não é muito diferente do seu compatriota que lidera o maior time do país, o Paris Saint-Germain.
"Me chamam de 'Neymar de Toulouse', o que é uma honra enorme. Como o futebol daqui é muito físico, o torcedor francês gosta demais dos jogadores que fazem diferente, que arriscam um drible novo", afirma o camisa 21, em entrevista por telefone ao Blog do Rafael Reis.
Mas não é só pela capacidade de fazer firulas que Ratão começou a ser comparado ao camisa 10 do PSG. Contratado pelo clube francês no começo da temporada passada, ele foi peça essencial na conquista do título da segundona, com 11 gols e duas assistências.
Mesmo com o acesso e chegada de reforços importantes que qualificaram o elenco do Toulouse, o brasileiro não perdeu o protagonismo. Continuou sendo titular da equipe e balançou as redes duas vezes nas seis partidas disputadas antes da lesão muscular que o deixou afastado dos gramados por um mês.
"Gosto sim dos dribles, mas não driblo para trás ou longe do gol. Meu estilo é mais objetivo", descreve.
Mesmo com a temporada ainda no começo, Ratão já realizou o sonho de encontrar o Neymar original. E até ouviu um "boa sorte, Rafa" do compatriota antes da partida entre PSG e Toulouse (vitória por 3 a 0 da equipe da capital).
"Quando terminou o primeiro tempo, fiquei com um pouco de vergonha, mas cheguei todo sem jeito nele e falei: 'Ney, você pode me dar sua camisa?'. Para minha surpresa, ele também quis ficar com a minha", relata.
O problema é que Ratão esqueceu de tirar do seu uniforme o GPS utilizado pela comissão técnica para a coleta de dados sobre o seu desempenho físico durante a partida. O equipamento é usado para medir a distância percorrida, picos de velocidade e batimentos cardíacos, entre outras informações.
Mas a perda do aparelho foi superada, assim como tantas outras dificuldades que surgiram ao longo da trajetória do meia-atacante brasileiro no mundo do futebol.
A primeira foi a indisciplina, que o impediu de progredir nas categorias de base do São Paulo e talvez se profissionalizar pela equipe do Morumbi.
"Eu era terrível, e isso me atrapalhou não só no São Paulo, mas também na Ponte", admite.
Depois vieram os contratos curtos normalmente oferecidos pelos clubes pequenos aqui do Brasil. Foi por não aguentar mais trocar de time e ter de recomeçar a vida a cada seis meses que o meia-atacante implorou aos seus empresários que lhe arranjassem uma transferência para o exterior. Em 2018, quando conseguiu, mandou-se para a Ucrânia.
Já consolidado na Europa, pelo menos nos centros menos importantes do futebol de lá, Ratão ainda teve de lidar com a depressão. Destaque do Slovan Bratislava, ele recebeu uma proposta para jogar na Arábia Saudita. A indefinição sobre o futuro atacou sua saúde mental.
"Foi um período muito difícil. Eu não queria saber de nada, nem de comer. Recorri à terapia, que funcionou e continua funcionando muito bem para mim. Hoje, coloquei minha família inteira para fazer terapia", completa.
Com Ratão de volta, o Toulouse visita o Lyon, hoje (6), pela décima rodada do Campeonato Francês. O objetivo é conquistar um bom resultado para se manter distante da zona de rebaixamento — por enquanto, tem 11 pontos, quatro a mais que o Reims, primeiro time dentro do grupo do descenso.
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