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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Dono de time invicto na França pode ser o próximo a comprar clube no Brasil

Torcedores do Lens, clube administrado pelo fundo de Joseph Oughourlian  - Matthieu Mirville/DeFodi Images via Getty Images
Torcedores do Lens, clube administrado pelo fundo de Joseph Oughourlian Imagem: Matthieu Mirville/DeFodi Images via Getty Images

08/10/2022 04h00

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A Red Bull é dona do Bragantino. O empresário norte-americano John Textor dá as cartas no Botafogo. A 777 Partners dirige o Vasco. E o City Football Group, proprietário do Manchester City, está na reta final das negociações para assumir o controle do Bahia.

A entrada de capital estrangeiro no esporte mais popular do único país pentacampeão mundial de futebol está crescendo a passos largos. E uma coisa já é certa: ela não vai parar nos quatro exemplos citados acima.

O Blog do Rafael Reis apurou que o próximo grupo estrangeiro relevante internacionalmente a adquirir uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) por aqui tem boas chances de ser o Amber Capital.

O fundo de investimentos fundado pelo francês Joseph Oughourlian tem como carro-chefe esportivo o Lens, clube que até três anos atrás estava na segunda divisão da nação vencedora da última Copa do Mundo e agora vem se firmando como uma das forças da Ligue 1.

Na atual temporada, a equipe da Amber Capital é uma das três integrantes da elite da França que ainda continuam invictas na competição (as outras são Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha) depois da disputa de nove rodadas. Quarta colocada, está quatro pontos atrás do líder PSG.

Além do Lens, o grupo também é acionista majoritário do Millonarios, segundo maior campeão da história da Colômbia, do Padova, integrante da Série C italiana, e do Zaragoza, tradicional time espanhol que hoje está na segunda divisão.

O Amber Capital também possui negócios em parceria com os sócios de David Beckham no Inter de Miami, a família Mas, da MasTec, uma gigante dos setores de engenharia e construção civil na Flórida (EUA).

Apesar de não ser um conglomerado do mesmo porte de Red Bull e Grupo City, o fundo de investimentos está em expansão no cenário futebolístico, tanto que concluiu o processo de aquisição do Zaragoza há menos de seis meses.

Há equipes brasileiras no radar?

No Brasil, pelo menos a princípio, a ideia não é comprar um dos clubes consolidados no primeiro escalão e com torcida de âmbito nacional, mas sim alguma equipe que historicamente costuma transitar entre a primeira e a segunda divisão e que seja vista como força regional. América-MG, Atlético-GO, Coritiba e Sport são alguns exemplos que atenderiam a essa demanda.

O fundo já possui uma ligação de longa data com o país por conta de Alex Bourgeois, ex-CEO de São Paulo e Figueirense, que também foi gestor da Teisa, antigo parceiro do Santos nos direitos econômicos de Neymar. O empresário atua há anos como uma espécie de analista de dados para os clubes do conglomerado.

O grupo interessado em adquirir um clube no Brasil tem toda sua administração futebolística centrada na ideia do "Moneyball", um modelo de gestão em que as decisões são tomadas a partir da análise de dados e de resultados de algoritmos capazes de lê-los.

O termo ficou mais conhecido depois de um filme com esse nome lançado em 2011, protagonizado por Brad Pitt, que conta a história de Billy Beane, gerente-geral do Oakland Athletics, time de beisebol que revolucionou o cenário esportivo norte-americano no começo do século.

No futebol, a utilização desse método significa, por exemplo, contratar jogadores não pela análise dos observadores do clube, mas sim pelo estudo das mais variadas estatísticas de desempenho deles, como movimentação em campo, taxa de acerto de passes e porcentual de bolas aéreas ganhas.