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Por que Mbappé quer, mas não vai conseguir deixar PSG na janela de janeiro?
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Menos de cinco meses depois de encerrar a longa novela da sua possível transferência ao Real Madrid para renovar contrato com o Paris Saint-Germain, Kylian Mbappé está arrependido da decisão.
Segundo o jornal espanhol "Marca" e a rádio francesa RMC, o atacante se irritou profundamente com promessas que não teriam sido cumpridas pela diretoria do PSG e quer ser negociado já em janeiro, assim que a janela de transferências na Europa for reaberta.
Bem, esse é o desejo do camisa 7 parisiense, mas não necessariamente o que vai acontecer. Muito pelo contrário: é pouco provável (para não dizer praticamente impossível) que o jogador dispute a segunda metade da temporada vestindo uma nova camisa.
O principal motivo é que, diferente do que acontece na Espanha, por exemplo, os contratos assinados no futebol francês não possuem a obrigatoriedade de contar com uma cláusula de rescisão.
Na prática, isso significa que não existe um valor pré-fixado a ser pago para tirar Mbappé de Paris sem consentimento do seu atual clube.
Ou seja, cabe exclusivamente ao PSG determinar qual é a quantia mínima necessária para aceitar negociar aquele que é seu artilheiro na temporada (12 gols). E, de acordo com o jornal catalão "Mundo Deportivo", esse valor já foi definido: 400 milhões de euros (pouco mais de R$ 2 bilhões).
Vale lembrar que a transferência mais cara da história do futebol, a ida de Neymar para o clube parisiense, selada em 2017, movimentou "apenas" 222 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão). Então, um possível negócio envolvendo Mbappé seria 80% mais caro.
Nenhum dos cinco clubes apontados pelo tabloide britânico "The Sun" como candidatos a contratar o francês (Real Madrid, Liverpool, Chelsea, Manchester City e Manchester United) têm orçamento suficiente para desembolsar tanto dinheiro por um único jogador já nesta virada de ano. A situação não é diferente para as equipes que estão fora dessa lista.
Mas o PSG não poderia dar um descontinho aos interessados por Mbappé para resolver esse problema e impedir que ele contamine o elenco?
Poderia, mas só se essa fosse sua vontade. E nada indica que a diretoria do clube pense assim. O maior indício é justamente a forma como ela tratou o atacante antes da renovação de contrato, no fim da temporada passada.
Apesar de Mbappé ter passado anos e mais anos deixando clara sua intenção de se transferir para o Real, o PSG nunca aceitou abrir negociação com o clube espanhol. O presidente Nasser Al-Khelaifi preferiu pagar para ver: quando o acordo estava realmente chegando ao fim, simplesmente cobriu a oferta merengue e convenceu o atacante a ficar.
A situação agora é bem mais confortável para os franceses. Como o novo contrato do camisa 7 vai até 2025 (ainda que o jornal "L'Équipe" afirme que o último ano do vínculo só será ativado se essa for vontade do jogador), o time de Lionel Messi e Neymar não corre risco de perder tão cedo assim seu jovem astro gratuitamente.
Isso significa tempo suficiente para convencer Mbappé que continuar em Paris é sim um bom negócio e, se necessário, até ceder a algumas das exigências feitas pelo jogador, como reformulação do elenco, investimento maior na chegada de reforços e uma posição mais definida de protagonista do time.
Apesar de não vencer há três partidas (empatou duas vezes por 1 a 1 com o Benfica e ficou no 0 a 0 contra o Reims), o PSG continua em situação confortável nas suas duas principais competições da temporada.
No Campeonato Francês, o time da capital tem 26 pontos, um a mais que o vice-líder, Lorient. A vantagem para o Olympique de Marselha, um adversário mais real na briga pelo título, é de três pontos. O adversário de domingo é justamente o OM, no Parc-des-Princes.
Já na Liga dos Campeões da Europa, os parisienses ocupam a liderança do Grupo H e estão com a classificação bastante encaminhada (têm cinco pontos de vantagem para a Juventus, terceira colocada, a duas rodadas do fim). O próximo compromisso é contra o Maccabi Haifa, em casa, no dia 25.
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