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'O Brasil agora também nos respeita', diz técnico da Suíça, rival na Copa
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Quatro anos atrás, Brasil e Suíça se enfrentaram na primeira rodada da Copa do Mundo-2018. Apesar da diferença no tamanho da tradição futebolística das duas seleções, a partida foi equilibrada e terminou empatada por 1 a 1.
"Sei que o Brasil agora também nos respeita", afirma o técnico Murat Yakin, em entrevista exclusiva por telefone ao "Blog do Rafael Reis", sobre o novo encontro com a equipe canarinho, marcado para o dia 28 de novembro, no estádio 974, em Doha.
No Mundial-2022, brasileiros e suíços estão no Grupo G e medirão forças na segunda rodada. Seus outros adversários na fase classificatória serão Sérvia, com quem também dividiram chave na edição passada do torneio, e Camarões.
Yakin é uma das novidades da Suíça para a Copa do Qatar. O ex-zagueiro assumiu o comando da seleção há pouco mais de um ano, logo depois da ótima campanha na Eurocopa -eliminou a França e só caiu nos pênaltis frente à Espanha, nas quartas de final.
O primeiro objetivo foi cumprido com maestria. Com uma campanha invicta nas eliminatórias (cinco vitórias e três empates), conseguiu ficar à frente da tetracampeã mundial Itália e conquistar a vaga direta para o torneio da Fifa.
Esta, aliás, será a quinta participação consecutiva dos helvéticos no Mundial, um feito danado para quem ficou afastado por quase 30 anos da competição na segunda metade do século passado (foram à Inglaterra-1966 e só voltaram a se classificar nos EUA-1994).
O próximo passo desejado pela Suíça é bem mais ousado do que simplesmente passar pelas oitavas de final, algo que aconteceu pela última vez lá em 1954. Mas o próprio Yakin admite que esse é mais um sonho do que propriamente um objetivo a ser alcançado de imediato.
"O que nos falta? Conquistar um título importante. É claro que somos um país pequeno, o que torna esse sonho mais difícil de ser atingido. Por enquanto, o importante é fazer o melhor que pudermos em campo para termos um grande torneio."
Durante o rápido bate-papo, que durou pouco mais de dez minutos, o treinador da Suíça ainda explicou por que considera que a Copa do Mundo-2022 será a melhor da história, apontou seus favoritos ao título e escolheu um jogador brasileiro que gostaria de ter na seleção.
Confira a entrevista com o técnico da Suíça
BLOG DO RAFAEL REIS - Esta é a segunda Copa consecutiva em que Brasil e Suíça ficam no mesmo grupo. Na sua avaliação pessoal, a seleção brasileira é mais forte ou mais fraca do que era em 2018?
MURAT YAKIN - Primeiramente, é sempre um prazer falar do Brasil. Meu coração pulsa quando converso sobre o Brasil, sou apaixonado por seu país. Quando eu era criança, meu grande ídolo no futebol era o Pelé. Para mim, será um sonho realizado ter a honra de enfrentar o Brasil em uma Copa. Quando você enfrenta uma equipe cinco vezes campeã mundial, nunca é apenas um jogo. O que é impressionante no Brasil é que todo ano ele produz novos jogadores brilhantes. Mas, depois do que aconteceu quatro anos atrás, sei que o Brasil agora também nos respeita. Então, vai ser uma partida bem legal.
Além do técnico, é claro, o que mudou na Suíça desde o Mundial passado?
Não é bem uma mudança, mas sim a consolidação de um processo. Nossos jogadores estão jogando em clubes cada vez mais importantes no cenário internacional, o que faz com que eles desenvolvam melhor suas qualidades. Temos um time entrosado, que joga há muito tempo junto. Estamos sempre melhorando, e esse é meu maior objetivo, praticar um futebol cada vez melhor.
O que a Suíça precisa fazer para voltar do Qatar com sensação de dever cumprido? O que será um resultado satisfatório para vocês?
No passado, quase nunca conseguíamos nos classificar para a Copa do Mundo. Agora, isso já virou algo normal para nós. O que nos falta? Conquistar um título importante. É claro que somos um país pequeno, o que torna esse sonho mais difícil de ser atingido. Por enquanto, o importante é fazer o melhor que pudermos em campo para termos um grande torneio. Acho que esse é o objetivo.
Se você pudesse escolher um jogador do Brasil para defender a seleção suíça, qual seria?
Aí você me complica. Talvez o Giovanni Élber (risos). Jogamos juntos no Grasshoppers, no Stuttgart e éramos grandes amigos na década de 1990, tanto que até fui para Londrina (cidade no norte do Paraná, onde o ex-atacante nasceu). Mas essa não é uma possibilidade real. Então, a resposta certa é que tenho grandes jogadores em mãos e estou feliz com eles.
Para completar, quais são, na sua opinião, as seleções favoritas para vencer a Copa do Mundo?
Não é fácil para um treinador responder a essa pergunta porque as seleções favoritas serão minhas adversárias, né? Mas não acho que exista só uma seleção favorita. Brasil, Holanda e Alemanha sempre têm grandes jogadores. O que realmente acredito é que essa será a melhor Copa do Mundo da história, já que, pela primeira vez, ela será realizada no meio da temporada europeia, com os jogadores totalmente em forma e sem o peso de já terem jogado nove meses de futebol antes do último descanso.
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