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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Felipão pode ser 1º técnico campeão da Libertadores com 3 times diferentes

Felipão, técnico do Athletico, na partida contra o Corinthians, pelo Brasileirão - Ettore Chiereguini/AGIF
Felipão, técnico do Athletico, na partida contra o Corinthians, pelo Brasileirão Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

26/10/2022 04h00

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Naquele que tem sido declarado como último trabalho da sua carreira nos bancos de reservas, Luiz Felipe Scolari pode escrever no sábado (29) um capítulo inédito na história da Copa Libertadores.

O veterano de 73 anos pode se transformar no primeiro treinador a conquistar o título mais importante e cobiçado do futebol sul-americano interclubes por três equipes diferentes.

Depois de vencer a competição continental por Grêmio (1995) e Palmeiras (1999), Felipão está a um jogo de dar um troféu inédito para o Athletico-PR. Para o feito ser atingido, basta derrotar o Flamengo, no estádio Monumental de Guayaquil (Equador).

Em mais de 60 anos de história da Libertadores, ninguém conseguiu fazer aquilo que o brasileiro pretende transformar em realidade neste fim de semana. Até mesmo o grupo de "professores" vencedores por duas equipes distintas é bem reduzido.

Além de Felipão, somente outros três técnicos se sagraram campeões continentais em duas casas. O argentino Carlos Bianchi faturou a taça com Boca Juniors e Vélez Sarsfield, seu compatriota Edgardo Bauza chegou ao topo com LDU e San Lorenzo e o brasileiro Paulo Autuori fez o mesmo no comando de Cruzeiro e São Paulo.

Caso desbanque o Flamengo no sábado, o gaúcho também será o primeiro treinador brasileiro a vencer três edições da Libertadores e se transformará no segundo maior vencedor da competição em todos os tempos, ao lado do argentino Osvaldo Zubeldía, campeão com o Estudiantes em 1968, 1969 e 1970.

Nesse caso, Felipão só ficará abaixo do recordista Bianchi, que levantou o troféu em quatro oportunidades. A questão é que ele não terá muito mais tempo para alcançar mais essa marca.

É que o comandante do Brasil na conquista do pentacampeonato mundial, em 2002, tem indicado que não pretende mais trabalhar como treinador depois da atual experiência no Athletico-PR, iniciada em maio.

No entanto, ainda não há confirmação de que Felipão realmente abandonará a função onde se tornou um dos nomes mais vitoriosos da história do futebol brasileiro e nem o que ele pretende fazer caso opte por encerrar essa carreira -a aposentadoria do futebol é uma opção, assim como trabalhar como dirigente.

A Libertadores-2022 será a quarta edição consecutiva do torneio vencida por um clube do Brasil (o Flamengo ganhou em 2019 e o Palmeiras, nos dois anos seguintes). Mesmo assim, o país continua atrás da Argentina no ranking histórico de títulos: 25 a 22.

Caso leve a melhor em Guayaquil e fique com a taça, o Athletico-PR será o 26º time diferente (e o 11º brasileiro) a alcançar o posto de campeão sul-americano.
Já o Fla pode se igualar a São Paulo, Palmeiras, Santos e Grêmio, que faturaram a competição em três oportunidades cada e são os maiores vencedores dentre as equipes da terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. O recordista geral é o argentino Independiente, com sete triunfos.

O vencedor da Libertadores será o representante da Conmebol na próxima edição do Mundial de Clubes, que ainda não tem data e nem local definidos. Real Madrid (ESP), Wydad Casablanca (MAR), Seattle Sounders (EUA) e Auckland City (NZL) já asseguraram suas vagas.

Técnicos campeões da Libertadores por mais de um time:
Carlos Bianchi (ARG): tri com o Boca Juniors (2000, 2001 e 2003) e campeão com o Vélez Sarsfield (1994)
Luiz Felipe Scolari (BRA): campeão com Grêmio (1995) e Palmeiras (1999)
Paulo Autuori (BRA): campeão com Cruzeiro (1997) e São Paulo (2005)
Edgardo Bauza (ARG): campeão com LDU (2008) e San Lorenzo (2014)