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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que o Flamengo tem o projeto mais ambicioso do futebol das Américas?

Pedro, do Flamengo, comemora gol contra o Vélez pela Copa Libertadores - FELIPE DUEST/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Pedro, do Flamengo, comemora gol contra o Vélez pela Copa Libertadores Imagem: FELIPE DUEST/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

27/10/2022 04h00

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Campeão em 2019 e vice no ano passado, o Flamengo disputa no sábado (29), contra o Athletico-PR, no estádio Monumental de Guayaquil (Equador), sua terceira final de Copa Libertadores da América nos últimos quatro anos.

A sequência de resultados expressivos na competição que é a prioridade no calendário de quase todos os times que a disputam é o ponto alto daquele que é o projeto futebolístico mais ambicioso do continente.

Nenhum clube das Américas sonha tão alto quando o adversário athleticano na decisão deste fim de semana. E basta dar uma olhada no elenco comandado por Dorival Júnior para ter certeza disso.

É verdade que Palmeiras, Atlético-MG, River Plate, Boca Juniors, América (MEX), Monterrey e algumas franquias da MLS (Major League Soccer) norte-americana contam com jogadores que passaram por clubes importantes da Europa.

Mas o Flamengo vai além. Tem um zagueiro que brilhou no Chelsea e no Paris Saint-Germain (David Luiz), um lateral esquerdo que marcou época no Atlético de Madri (Filipe Luís) e um meio-campista que rodou por Juventus, Bayern de Munique, Barcelona e Inter de Milão (Arturo Vidal).

Não à toa, na soma dos últimos dez anos, a equipe rubro-negra foi a que mais gastou com a contratação de novos jogadores no futebol das Américas.

De acordo com o "Transfermarkt", site especializado na cobertura do Mercado da Bola internacional, o Fla investiu 170,5 milhões de euros (quase R$ 900 milhões) em reforços desde 2013. Ele é o único clube do continente entre os 100 primeiros nesse ranking - ocupa a 87ª colocação.

Para se ter uma ideia da diferença que será levada a campo na decisão da Libertadores-2022, o Athletico-PR gastou no mesmo período "apenas" 32,4 milhões de euros (R$ 170,5 milhões) na aquisição de direitos econômicos de atletas, o equivalente a menos de 20% do investimento feito pelo adversário.

Os rubro-negros do Rio também são, com folga, os donos da maior folha salarial do futebol continental. Por mês, o clube torra aproximadamente R$ 36 milhões só com a manutenção do seu elenco profissional.

Em levantamento feito em parceria com o site "Capology", que cobre os valores contratuais dos atletas das principais ligas do mundo, o time de Pedro, Gabigol e Arrascaesta está entre os 20 que mais gastam com salários em todo o planeta. O Athletico não aparece nem entre os 75 primeiros da lista.

A Libertadores-2022 será a quarta edição consecutiva do torneio vencida por um clube do Brasil (o Flamengo ganhou em 2019 e o Palmeiras, nos dois anos seguintes). Mesmo assim, o país continua atrás da Argentina no ranking histórico de títulos: 25 a 22.

Caso leve a melhor em Guayaquil e fique com a taça, o Athletico-PR será o 26º time diferente (e o 11º brasileiro) a alcançar o posto de campeão sul-americano.

Já o Fla pode se igualar a São Paulo, Palmeiras, Santos e Grêmio, que faturaram a competição em três oportunidades cada e são os maiores vencedores dentre as equipes da terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. O recordista geral é o argentino Independiente, com sete triunfos.

O vencedor da Libertadores será o representante da Conmebol na próxima edição do Mundial de Clubes, que ainda não tem data e nem local definidos. Real Madrid (ESP), Wydad Casablanca (MAR), Seattle Sounders (EUA) e Auckland City (NZL) já asseguraram suas vagas.