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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Na 3ª tentativa, Fernandinho busca o que não conseguiu nem na Europa

Fernandinho, do Athletico-PR, durante partida contra o São Paulo no Brasileirão - Robson Mafra/AGIF
Fernandinho, do Athletico-PR, durante partida contra o São Paulo no Brasileirão Imagem: Robson Mafra/AGIF

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A decisão da Copa Libertadores da América-2022, entre Flamengo e Athletico-PR, amanhã (29), no estádio Monumental de Guayaquil (Equador), tem um sabor especial para Fernandinho.

Não apenas porque esse é o primeiro troféu que o volante veterano de duas Copas do Mundo (2014 e 2018) pode conquistar, depois do retorno ao Brasil para defender a equipe paranaense onde iniciou a carreira, mas também porque ser campeão continental é algo que ele persegue há tempos.

O jogador de 37 anos faturou dois títulos na primeira passagem pelo Athletico, venceu 13 competições pelo Shakhtar Donetsk e mais 13 (inclusive cinco edições da badalada Premier League inglesa) com a camisa do Manchester City. Só que nunca ganhou o principal torneio interclubes de um continente, nem aqui na América do Sul, nem lá na Europa.

Bateu na trave em duas oportunidades

A primeira, lá no comecinho da carreira. Em 2005, quando tinha apenas 20 anos, o então camisa 10 do Athletico foi derrotado por 5 a 1 pelo São Paulo no placar agregado das duas partidas da final da Libertadores (empatou por 1 a 1 em Porto Alegre e perdeu por 4 a 0 no Morumbi).

Após 16 anos, o volante participou da decisão da Liga dos Campeões da Europa, mas viu seu favorito Manchester City ser derrotado por 1 a 0 pelo Chelsea. O brasileiro começou a partida no banco de reservas, mas foi acionado por Pep Guardiola, aos 19 minutos do segundo tempo.

O hoje líder do rubro-negro paranaense até ganhou um título continental, mas de "segunda linha". Em 2009, ajudou o Shakhtar vencer por 2 a 1 o Werder Bremen e faturar a Copa da Uefa (hoje Liga Europa), uma espécie de Série B da Champions, similar ao que é a Copa Sul-Americana aqui nas terras da Conmebol.

Uma das maiores revelações das categorias de base do Athletico em todos os tempos, Fernandinho deixou o clube em 2005, negociado com os ucranianos por 7,8 milhões de euros (R$ 41,2 milhões, na cotação atual). Em 2013, já com convocações para a seleção principal no currículo, foi vendido novamente, para o Manchester City, por 40 milhões de euros (R$ 211,2 milhões).

Ao longo de nove temporadas na Inglaterra, o volante se transformou em um dos jogadores brasileiros mais bem sucedidos da história da Premier League, caiu nas graças de Guardiola, virou capitão do time e "cansou" de levantar troféus.

Por opção própria, Fernandinho optou por não renovar contrato no meio deste ano para retornar ao clube que o projetou para o futebol. Nessa nova passagem pelo Athletico, ele disputou até o momento 15 partidas e anotou um gol.

A Libertadores-2022 será a quarta edição consecutiva do torneio vencida por um clube do Brasil (o Flamengo ganhou em 2019 e o Palmeiras, nos dois anos seguintes). Mesmo assim, o país continua atrás da Argentina no ranking histórico de títulos: 25 a 22.

Caso leve a melhor em Guayaquil e fique com a taça, o Athletico-PR será o 26º time diferente (e o 11º brasileiro) a alcançar o posto de campeão sul-americano.

Já o Fla pode se igualar a São Paulo, Palmeiras, Santos e Grêmio, que faturaram a competição em três oportunidades cada e são os maiores vencedores dentre as equipes da terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. O recordista geral é o argentino Independiente, com sete triunfos.

O vencedor da Libertadores será o representante da Conmebol na próxima edição do Mundial de Clubes, que ainda não tem data e nem local definidos. Real Madrid (ESP), Wydad Casablanca (MAR), Seattle Sounders (EUA) e Auckland City (NZL) já asseguraram suas vagas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado no texto, a primeira partida da final da Libertadores de 2005 foi realizada em Porto Alegre, e não em Curitiba. O erro foi corrigido.