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Capitão da França nasceu rico, joga tênis e não quer protesto pró-LGBTQIA+
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Em uma seleção francesa composta majoritariamente por filhos e netos de imigrantes africanos que precisaram deixar o continente de origem e se mudaram para a Europa em busca de uma vida melhor, Hugo Lloris é exceção.
O homem que primeiro levantou o troféu da Copa do Mundo há quatro anos e que continua no posto de capitão dos "Bleus" no Qatar-2022 é branco, tem 100% de raízes europeias e nunca precisou lidar com dificuldades financeiras.
O goleiro do Tottenham pode até ter ficado mais rico graças ao futebol, mas sempre teve uma vida bem abastada.
Filho de uma advogada com um banqueiro de Monte Carlo (Mônaco), Lloris nasceu e cresceu em Nice, cidade litorânea que é um dos principais polos turísticos franceses e parte de uma região cheia dos endinheirados.
Quando criança, seu esporte número um nem era aquele em que se consagrou ao lado de companheiros com histórias bem diferentes da sua.
Acostumado a viajar a Paris para acompanhar as partidas de Rolando Garros, o pequeno Lloris gostava mesmo era de tênis e chegou até a ocupar um lugar no top 10 do ranking infantil da modalidade.
Foi só com 13 anos, quando já se destacava nas categorias de base do Nice e começou a se dar conta de que poderia ter uma carreira nos gramados, que o hoje capitão dos "Bleus" decidiu largar definitivamente a raquete para se concentrar em apenas um esporte.
Seis anos depois, ele já estava defendendo o clube da cidade na primeira divisão francesa. Em 2008, veio a transferência para o Lyon, então o time mais poderoso do país. E, na mesma temporada, a primeira convocação para a seleção principal.
Desde então, já são 139 partidas com a camisa da França, com direito a participação em três Copas (África do Sul-2010, Brasil-2014 e Rússia-2018), uma delas com a conquista do título. Um dos capitães mais longevos da história dos "Bleus", ele assumiu a braçadeira em 2012 e não a deixou mais.
E foi justamente a braçadeira que colocou Lloris em uma polêmica das grandes na última semana.
Originalmente, a França era uma das seleções europeias que pretendiam que seus capitães utilizassem uma faixa nas cores do arco-íris (símbolo do movimento LGBTQIA+) durante o Mundial como forma de protesto contra as leis homofóbicas existentes no Qatar, onde se relacionar com pessoas do mesmo sexo é crime.
Só que Lloris, ao contrário de nomes como o goleiro alemão Manuel Neuer e o atacante inglês Harry Kane, que também são os líderes de suas equipes, recusou-se a participar do movimento.
"Na França, quando recebemos estrangeiros, muitas vezes os queremos respeitando nossas regras e respeitando nossa cultura. E farei o mesmo quando for ao Qatar. Quer eu concorde ou não com as ideias deles, tenho que mostrar respeito em relação a isso", afirmou o goleiro, antes da viagem ao Oriente Médio.
A França e o capitão Lloris iniciam a defesa do título mundial conquistado na Rússia nesta terça-feira, contra a Austrália, no estádio Al Janoub, em Al Wakrah. Dinamarca e Tunísia serão seus outros adversários dentro do Grupo D.
A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e contará com a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e será baixa.
O torneio está sendo disputado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por conta do calor que faz no país-sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.
Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizada por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
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