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Rafael Reis

REPORTAGEM

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De volta após 64 anos, Gales ignora decadência e trata Bale como craque

Bale ainda é o principal jogador de Gales, mesmo com decadência em clubes - Ian Cook - CameraSport via Getty Images
Bale ainda é o principal jogador de Gales, mesmo com decadência em clubes Imagem: Ian Cook - CameraSport via Getty Images

21/11/2022 04h00

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Lembram quando Gareth Bale era sinônimo de craque e costumava ser considerado um dos jogadores de futebol mais decisivos do planeta?

Pois para a seleção de Gales, que volta hoje a disputar uma Copa do Mundo depois de 64 anos da sua última participação, essa nunca deixou de ser a realidade do ex-atacante do Real Madrid, que atualmente veste as cores do Los Angeles FC.

Aos 33 anos, o astro, que hoje disputa a primeira partida de Mundial da sua carreira, contra os Estados Unidos, a partir das 16h (de Brasília), no estádio Ahmad bin Ali, em Al-Rayyan, continua sendo o capitão, referência técnica e atleta mais decisivo da equipe britânica.

Bale, que nos seus melhores dias chegou a protagonizar uma transferência de 101 milhões de euros (R$ 561 milhões) e brilhou em decisões (sim, no plural) de Liga dos Campeões da Europa, é também o maior artilheiro da história de Gales.

O dono da camisa 11 já marcou 40 vezes com a camisa da seleção. Dez desses gols foram marcados ao longo dos últimos quatro anos, período em que praticamente se transformou em um "ex-jogador em atividade" no futebol de clubes.

Enquanto era escanteado até mesmo do banco de reservas do Real Madrid e aproveitava o horário dessas partidas para jogar golfe e irritar ainda mais os torcedores espanhóis, Bale decidia jogos para Gales.

Foi assim, especialmente, quando chegou a hora da decisão das eliminatórias que encerraram a tão aguardada espera do país por uma vaga na competição de futebol mais importantes do planeta.

Bale marcou os três gols da sua equipe na vitória por 3 a 2 sobre Belarus, fora de casa, que foi essencial para a conquista do segundo lugar no seu grupo no qualificatório europeu. Na repescagem, brilhou mais uma vez e foi às redes duas vezes no 2 a 1 frente à Áustria.

Por isso, a saída do atacante do primeiro escalão do futebol europeu para jogar na MLS (Major League Soccer), em julho, nem foi vista pelos galeses como um sinal de decadência. Pelo contrário, eles até gostaram da possibilidade de o astro ter mais ritmo de jogo antes da disputa do Mundial.

O fato de o camisa 11 ter passado a maior parte da temporada norte-americana no banco de reservas (foi titular em duas partidas durante o semestre todo) e de ter anotado só dois gols (um deles na final da Liga, é verdade) tampouco é um problema. Para seleção, Bale nunca deixou de ser craque. E ponto final.

Após a estreia contra os Estados Unidos, Gales ainda enfrenta Irã (sexta-feira) e Inglaterra (dia 29) dentro do Grupo B. Caso avance de fase, seu adversário nas oitavas de final será Qatar, Equador, Holanda ou Senegal.

A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e contará com a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e será baixa.

O torneio está sendo disputado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país-sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.

Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizada por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.